“Viseu continua a ser uma das poucas capitais de distrito sem ligação ferroviária. Desde o encerramento das Linhas do Dão e do Vouga, a cidade ficou dependente da rodovia, com prejuízos evidentes para a mobilidade, o ambiente e o desenvolvimento regional. Apesar de várias promessas, nenhuma ligação ferroviária foi concretizada.
Antes de fazer as malas, o governo aproveitou a última reunião de ministros antes da moção de confiança para meter o comboio para Viseu na gaveta.
A ferrovia não é apenas uma infraestrutura — é uma ferramenta de igualdade, de justiça social e ambiental. É garantir que quem vive em Viseu tem os mesmos direitos à mobilidade, ao emprego, à educação e à cultura. É recusar a ideia de que o desenvolvimento pertence apenas aos grandes centros urbanos.
Num tempo de emergência climática, continuar a apostar no transporte rodoviário e ignorar a ferrovia é insistir num modelo insustentável. O comboio é uma alternativa limpa, acessível e que serve as pessoas, respeitando o planeta.
Reintegrar Viseu na rede ferroviária é uma decisão urgente para reequilibrar o país, combater o isolamento, enfrentar a crise climática e garantir que ninguém é deixado para trás.
A mobilidade é chave para a coesão e o desenvolvimento.
Queremos:
– Recuperar o projeto da linha Aveiro – Viseu – Guarda -Vilar Formoso, que o governo de Luís Montenegro meteu na gaveta, antecipando a data que estava prevista para 2050;
– Ligar todos os concelhos através de uma rede de transportes públicos articulada à ferrovia;
– Acelerar a modernização das linhas da Beira-Alta e do Douro;
– Criar um passe único, válido para todos os transportes públicos, rodoviários e ferroviários – sejam serviços do Estado ou concessionados por este.
Por quanto mais tempo se vai continuar a empurrar o interior para segundo plano?”
A Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda