A atriz Rita Ribeiro celebra no Teatro Variedades, no Parque Mayer, os 50 anos de carreira. Na peça Rita, a também cantora, encenadora e produtora revisita a sua trajetória de vida através de um poderoso monólogo que explora a sua evolução como mulher, artista e ser humano. Este é mais um espetáculo, marcante, para ver no Teatro Variedades, equipamento sob a égide da LISBOA CULTURA que reabriu ao público no início de outubro, depois de três décadas de encerramento.
Com uma linguagem poética e evocativa, na peça Rita, que vai estar em cena entre 6 e 17 de novembro, Rita Ribeiro reflete sobre as diversas fases de sua vida, do medo à plenitude, destacando a complexidade da identidade feminina.
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Este é o terceiro espetáculo que o Teatro Variedades apresenta desde que abriu portas, e depois de Entraria Nesta Sala e The Swimming Pool Party, do encenador Ricardo Neves, que estrearam a nova sala e estiveram em cena até 27 de outubro.
“Fazer este espetáculo – Rita – é falar da minha vida profissional, mas também da minha vida pessoal. E fazê-lo no Teatro Variedades, no novo Teatro Variedades… Apesar de ele ser “novo” tem lá a energia toda do antigo – onde eu fiz tantos trabalhos, onde a minha mãe se estreou, onde eu disse ao meu pai que ia ser avó – enfim, este espaço está todo muito ligado a toda a minha vida. É muito significativo, não haveria lugar melhor para fazer este espetáculo que fala sobre mim, sobre toda a cumplicidade que tive com o público durante estes 50 anos e sobre a lealdade que o público teve para comigo. Não haveria com certeza sítio melhor para fazer este espetáculo, se não no Teatro Variedades”, salienta a atriz Rita Ribeiro.
O Teatro Variedades tem uma longa história na cidade de Lisboa e uma ligação icónica ao teatro de revista. Foi inaugurado a 8 de julho de 1926 (projeto do Arquiteto Urbano de Castro) com o espetáculo de revista “Pó de Arroz” e a casa de grandes sucessos, com grandes elencos onde se destacam Beatriz Costa, Mirita Casimiro e Vasco Santana
Foi o segundo edifício de espetáculos no recinto do Parque Mayer, que no passado foi muito popular em Lisboa. Ali foram ainda realizados espetáculos até à década de 90 (em 1992 foi palco da gravação do programa semanal da RTP1 “A Grande Noite”, do encenador Filipe La Féria).
A intervenção realizada no Variedades, edifício agora sob a gestão da LISBOA CULTURA, efetuada pela Lisboa Ocidental SRU, procurou preservar o glamour e a identidade do teatro, e revitalizá-lo enquanto centro de espetáculos adaptado às exigências legais e técnicas contemporâneas.
O projeto, da autoria do arquiteto Manuel Aires Mateus, apostou em soluções construtivas de simplicidade e reabilitou os principais elementos que caracterizam o edifício – o pórtico, o foyer, o auditório e o palco –, completando-o com uma nova envolvente funcional, nomeadamente através da construção de novos espaços de acesso e circulação entre pisos, de apoio e de serviço, e de cariz técnico.
O “novo” Teatro Variedades conta com cerca de 300 lugares sentados – com cadeiras desenhadas pelo Arquiteto Manuel Aires Mateus – distribuídos pela Sala principal, a construção de uma bancada e camarotes no piso do balcão e frisas nas laterais da plateia. O Palco mantém as dimensões originais (7,90m de profundidade e 16,80m de largura entre paredes, com avançado em cerca de 3m da boca de cena).
Além de reforçar a oferta para artes performativas, este teatro disponibilizará um novo conceito, enquanto espaço de acolhimento e apresentação para produções independentes e para companhias que não dispõem de espaço próprio.