A ligação ferroviária Aveiro-Viseu-Salamanca é uma infraestrutura fundamental para Portugal e para a União Europeia, estando já definida e aprovada a nível europeu.
O seu desenvolvimento insere-se na estratégia de transição energética, promovendo formas de mobilidade mais sustentáveis e eficientes, e garantindo uma melhor integração de Portugal na rede ferroviária ibérica e europeia.
Este projeto foi identificado como prioritário e incluído no Plano Ferroviário Nacional (PFN), refletindo a necessidade real de uma ligação direta e eficiente entre Portugal e Espanha.
No entanto, apesar da sua importância estratégica e do compromisso assumido, o Governo decidiu, sem explicações claras, deixar cair a ligação de Alta Velocidade Aveiro-Salamanca, ao mesmo tempo que encomendou novos estudos para outras ligações transfronteiriças.
Na reunião extraordinária do Conselho de Ministros, realizada na véspera da discussão da moção de confiança, o Governo mandatou a Infraestruturas de Portugal (IP) para estudar três novas ligações ferroviárias a Espanha, mas apenas duas em Alta Velocidade: Porto-Vila Real-Bragança-Espanha e Faro-Huelva.
A ligação Aveiro-Viseu-Salamanca ficou de fora, o que desde logo manifesta o total insucesso do presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, que, desde cedo, quis ser protagonista do processo e acaba de ser traído pelo governo do seu próprio partido, traindo também assim a confiança dos viseenses.
Ora, esta linha não é apenas uma ambição regional, mas sim uma necessidade nacional e europeia já validada. A sua concretização não pode ser colocada em causa ou substituída por outras ligações que não respondam às mesmas exigências estratégicas. Além disso, continua a ser inaceitável que Viseu permaneça como a única cidade da União Europeia com mais de 40.000 habitantes sem acesso à ferrovia – um défice de conectividade que esta ligação ajudaria a corrigir.
O que está em causa não é discutir novas ligações ferroviárias, mas garantir que a Aveiro-Viseu-Salamanca não é sacrificada. Cumpra-se o que foi amplamente discutido e reconhecido como essencial para a mobilidade, a economia e o desenvolvimento sustentável do país.
Questões que ficam por responder:
• Por que motivo o Governo retirou a ligação Aveiro-Salamanca da Alta Velocidade, quando esta estava prevista no PFN?
• Como justifica o Governo que outras ligações em estudo sejam prioritárias face a uma infraestrutura já aprovada pela União Europeia?
• Está o Governo a abdicar de um eixo ferroviário estruturante que reforçaria a competitividade de Portugal no transporte de passageiros e mercadorias?
• Como se pode promover a coesão territorial se Viseu continua sem qualquer ligação ferroviária?
• Quem beneficia com esta mudança de estratégia?
• Até quando vai o PSD Viseu entreter-se com estéreis e vulgares ataques pessoais para tentar distrair os viseenses dos assuntos que realmente interessam ao seu futuro?
Fonte : https://www.espaciofronteira.eu/viseu-recebe-encontro-para-exigir-corredor-atlantico