Fernando Ruas e “as declarações tíbias” sobre o CHTV, segundo a vereação PS

Lamentamos que o Presidente CMV Dr. Fernando Ruas esbanje a visibilidade mediática que o cargo autárquico lhe confere para criar um ambiente de alarme social injustificado, desprestigiante das instituições de cuidados de saúde locais, pouco meritório para os profissionais que diariamente nelas trabalham.

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  • 18:18 | Domingo, 12 de Dezembro de 2021
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Sob o título “A verdade sobre o CHTV”, os vereadores do PS na Câmara Municipal de Viseu, emitiram o seguinte press release aqui na íntegra reproduzido.

 

“No decurso das gravosas declarações do Presidente CMV Dr. Fernando Ruas de 09/12/2021 a meios de comunicação social relativas à alegada insuficiência de cuidados de saúde prestados aos doentes oncológicos em Viseu, mormente a “transferência de doentes oncológicos de Viseu para Coimbra para realizar quimioterapia injectável” ou as “listas de espera para imagiologia e gastroenterologia” ou o alegado risco do hospital de Viseu ser classificado de ”hospital distrital”, foi solicitada, de imediato, uma reunião urgente da vereação PS com o Conselho de Administração do CHTV, realizada a 10/12/2021.


Nessa reunião tivemos a garantia dada pelo Presidente CA (Dr. Nuno Duarte) e também pelo Diretor Clínico (Dr. Eduardo Melo) que, ao contrário do transmitido pelas declarações do autarca, não houve qualquer disrupção ou mudança de tratamento dos doentes oncológicos cuidados pelo CHTV, que inclui quer quimioterapia injectável, quer quimioterapia oral, nomeadamente, nas neoplasias da mama, colorrectal e próstata e que, o que acontece, é a normal e regular parceria sinérgica com outras unidades de oncologia (seja de Coimbra ou do Porto) para oferecer aos doentes oncológicos de Viseu o melhor tratamento que o estado da arte permite.

A insuficiência de recursos humanos qualificados, nomeadamente, de médicos especialistas de Oncologia é transversal a todo o país, estando em curso a contratação de mais oncologistas para reforçar o quadro clínico atual. Realce-se que, como prova da abnegação e sentido humanista dos profissionais de saúde do CHTV, mesmo médicos oncologistas aposentados se disponibilizaram para colaborar no esforço que o CHTV está a encetar na resposta ao tratamento dos doentes oncológicos.

O cuidado de doentes oncológicos inclui, em sentido lato, quer tratamento cirúrgico (cirurgia para remoção do tumor) e/ou tratamento médico (quimioterapia e radioterapia), consoante a especificidade da situação clínica.

O CHTV tem indicadores de excelência ao nível do tratamento cirúrgico do cancro colorrectal e da mama.

Para além destes tratamentos, o CHTV tem feito um trabalho exemplar de redução das listas de espera para cirurgia eletiva não-oncológica (por exemplo, cirurgias ortopédicas e oftalmológicas) mais precisamente, na realização de cirurgias em regime de ambulatório, para a qual é a referência nacional.

Para este feito é de enaltecer a resiliência e o elevado sentido de brio institucional de todos os profissionais de saúde do CHTV que, ante o maior desafio sanitário da história do SNS, responderam prontamente e de forma diligente na prestação de cuidados de excelência.

Certamente por desconhecimento ou ignorância técnica, o Dr. Fernando Ruas ao aventar a hipótese do hospital de Viseu ser “desclassificado” para “hospital distrital” (denominação que já nem sequer existe na categorização de instituições hospitalares da ACSS), revela que desconhece o grau de diferenciação e o papel crucial do CHTV como instituição de referenciação para as áreas da Cirurgia Vascular, Gastroenterologia, Neurocirurgia e Cirurgia Maxilo-facial para as regiões de Viseu, Guarda e Covilhã, numa área de abrangência de população cuidada superior a 500.000 habitantes.

Lamentamos que o Presidente CMV Dr. Fernando Ruas esbanje a visibilidade mediática que o cargo autárquico lhe confere para criar um ambiente de alarme social injustificado, desprestigiante das instituições de cuidados de saúde locais, pouco meritório para os profissionais que diariamente nelas trabalham.

Tanto mais que as informações por si veiculadas estão feridas de falta de rigor e são erradas, informações para as quais, visivelmente, não tem competência, aconselhamento ou preparação técnica para lidar e, com isto, alimenta uma percepção miserabilista dos cuidados de saúde prestados em Viseu, contrária à realidade, comprometendo desta forma a imagem e atratibilidade nacionais que dificultam a captação e fixação de quadros clínicos altamente diferenciados.

Em suma, Fernando Ruas, com as suas declarações tíbias não resolve e ainda por cima agrava as dificuldades em resolver os problemas dos cuidados de saúde prestados em Viseu, condição prioritária para a fixação de população em qualquer território.”

 

A vereação PS à Câmara Municipal de Viseu,

João Azevedo

Marta Rodrigues

Miguel Pipa

José Chaves

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