No passado dia 12 de Novembro foram entregues listas candidatas aos órgãos da Casa do Douro. Tratou-se de uma data importante, pois colocou os viticultores durienses mais próximos de ver justiça ser feita, através da restauração da Casa do Douro como associação pública e da consequente devolução de um importante património à região.
A candidatura “Devolver o Douro aos Pequenos e Médios Viticultores” é expressão das aspirações democráticas de quem produz no Douro Vinhateiro, sob o domínio das casas exportadoras e de um mercado que, favorecendo o comércio, arruína milhares de pequenos e médios viticultores.
É nesse contexto que se criou um grande movimento de viticultores, que se está a ampliar, em defesa de uma Casa do Douro forte que defenda os verdadeiros interesses de todos aqueles que dão vida a esta região, Património da Humanidade.
Estamos cientes das reais possibilidade de, com uma grande mobilização de viticultores nas eleições que se realizarão a 21 de Dezembro, concretizar esse objetivo.
No Manifesto, que debateram em reunião alargada no passado domingo e que será divulgado oportunamente, estas candidaturas defendem 15 prioridades para a Casa do Douro:
1. Garantir o rendimento dos pequenos e médios viticultores, através do pagamento justo das uvas.
2. Pugnar, junto do Governo e da UE, pela regulação da produção e do mercado do vinho.
3. Promover e valorizar as uvas e vinhos produzidos pelos pequenos e médios viticultores, utilizando todas as taxas pagas pelos viticultores ao IVDP.
4. Defender a utilização de aguardente proveniente da região para a fortificação dos vinhos.
5. Proceder à inventariação e avaliação da situação patrimonial da Casa do Douro, com a entrega do património remanescente da liquidação das dívidas.
6. Proceder ao planeamento do setor, com contratos entre compradores e produtores de uva, salvaguardando os interesses dos pequenos e médios produtores.
7. Assumir com assertividade e impulso dinamizador as atribuições específicas plasmadas nos Estatutos da Casa do Douro e refender a retoma dos poderes históricos da Casa do Douro, designadamente os da gestão do cadastro, da indicação do quantitativo global do benefício, da regulação dos preços e da situação no mercado.
8. Promover que a embalagem e rotulamento do vinho do Porto, vinhos DOC, DOP e aguardentes sejam feitas na Região Demarcada do Douro.
9. Combater a ideia de que o arranque de vinha é solução para a crise no setor.
10. Implementar o programa VITIS atribuindo majoração aos pequenos e médios viticultores e no caso da preservação de vinhas tradicionais e suas estruturas conexas.
11. Valorizar o papel das mulheres viticultoras durienses.
12. Estabelecer parcerias com a academia (UTAD, IPB, IPV, BI), criando sinergias nos domínios da investigação e da extensão à comunidade.
13. Defender, para a região duriense, políticas publicas com vista ao seu desenvolvimento, em particular investimento público e serviços públicos de qualidade.
14. Intervir junto do Governo e das Seguradoras para garantir segurança do investimento e da produção, protegendo os vitivinicultores.
15. Conferir dignidade à sede da Casa do Douro, património da lavoura Duriense.
A candidatura “Devolver o Douro aos Pequenos e Médios Viticultores”, que assentará a sua ação eleitoral no contacto direto com os produtores da região, realizará um comício de abertura de campanha eleitoral no próximo dia 8 de Dezembro, às 15h, em Peso da Régua (local a divulgar).
Pela Candidatura “Devolver o Douro aos Pequenos e Médios Viticultores”
Sérgio Soares
Manuela Alves
Rui Tadeu