Atitudes de Pilatos 

Não há muito foi um senhor Procurador que labora no Tribunal de Famalicão que nos surpreendeu. Com efeito, é absolutamente "criativa" a proposta que fez no âmbito do processo relativo às faltas de dois irmãos às aulas de Cidadania. 

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  • 11:03 | Terça-feira, 26 de Julho de 2022
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Volta não volta somos surpreendidos com inusitadas e  inexpectáveis ações de agentes que atuam na área da Justiça em Portugal.

Não há muito foi um senhor Procurador que labora no Tribunal de Famalicão que nos surpreendeu. Com efeito, é absolutamente “criativa” a proposta que fez no âmbito do processo relativo às faltas de dois irmãos às aulas de Cidadania.

A “originalidade” surge quando propõe (na prática) a retirada do poder paternal durante os períodos letivos. 
Ou seja o senhor Procurador entende que os Pais são hábeis para exercer o poder paternal fora das horas escolares e não o são durante estas.

Não só é surpreendente como é estranho, muito estranho.


Depois foi o relatório relativo à imputabilidade do jovem que estaria a preparar um ataque terrorista numa faculdade em Lisboa. 

Este relatório vem dizer que o jovem é  “abstratamente imputável”.

Confesso que não consigo perceber o sentido de tal expressão.

Também acho que em nada ajuda no juízo que terá de ser feito sobre o comportamento do suspeito.
Não sei se diz que ele é, de facto, imputável, ou se, pelo contrário, vem dizer que o jovem é “concretamente inimputável”.

Uma coisa sei, é que a tomada de posições ambíguas pode ser “politicamente correta” mas são geradoras de ruído desnecessário.

São atitudes como estas que corroem a confiança dos cidadãos nas instituições.

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