Antes da silly season, os dois principais partidos políticos de Viseu, o PS e o PSD, partem para a luta pela mudança nas suas estruturas concelhias.
No PS local há muito que se clama por mudança, a maioria dos militantes prescientes de que a actual presidente da concelhia, Lúcia Araújo Silva, tem a sua prestação completamente esgotada à cabeça daquele órgão.
Há muitos anos à frente do PS Viseu, Lúcia Silva, que foi ainda deputada à Assembleia da República e nestas legislativas ficou de fora sem votos que a elegessem, foi a única que ainda não percebeu que a maioria dos militantes socialistas de Viseu não estão com ela, estão cansados dela e querem renovação.
Lúcia Silva, se a sensatez e o discernimento lhe assistissem, deveria ser a primeira a percepcionar esta realidade e a sair pelo seu pé dando lugar à união e à renovação. Assim, correrá o risco, no próximo dia 6 de Julho, de ser conduzida à porta de saída pelo candidato que se lhe opõe e dá nome a um projecto de esperança, de renovação, de consenso, de união, perante os desafios que se apresentam, entre outros nas autárquicas de outubro de 2025.
No PSD rufam também os ventos da mudança com a apresentação da candidatura de Pedro Osório, o assessor do presidente da autarquia Fernando Ruas, contra João Paulo Gouveia, actual vereador da autarquia e presidente da concelhia local.
Ainda ponderei não usar a preposição de oposição “contra”, mas desisti, pois que esta candidatura de Pedro Osório é exactamente contra a continuidade do vereador Gouveia, que não é exactamente o candidato de Ruas (há contas antigas a ajustar), do presidente da distrital, Carlos Silva Santiago e da eminência-parda de ambos, Pedro Alves.
Lembramos que João Paulo Gouveia vem para a autarquia pela mão do falecido presidente, Almeida Henriques e foi um apoiante de Rui Rio, a quem, em seu tempo, se auspiciou um futuro político promissor.
O “establisment” virou-lhe as costas, ao contrário da candidatura de Miguel Pipa, de costas voltadas para o “establishment” regente, que tem à cabeça, no distrito o obnubilado e alheado José Rui Cruz, ou talvez António Borges, o ausente-sempre-presente, que viu em Cruz o homem de confiança para lhe levar a pasta.
Levar a pasta, que será também um bom papel para Pedro Osório desempenhar, claro que com a pasta de Ruas. Ou será de Pedro Alves?