Viktor Orbán é um político húngaro com muitos anos de poder… É o líder do partido político que criou, o FIDESZ – União Cívica Húngara, um partido de extrema-direita, nacional-conservador.
De há muito tem tomado posições extremamente polémicas, nomeadamente em matéria de liberdade de imprensa, política de imigração, relações com a NATO, à qual a Hungria aderiu em 1999, antissemitismo, xenofobia, LGBT, etc.
Agora, esteve de novo na ribalta pelos piores motivos. Levou até ao extremo o seu direito de vetar a entrada da Ucrânia na União Europeia. À última da hora e depois de receber em fundos comunitários 10 mil milhões de euros, saiu da sala do Conselho Europeu, no momento exacto da sua votação. Votação essa que requeria unanimidade. Orbán, de bolso cheio, deixou assim passar a decisão. Contudo, logo de seguida, vetou a ajuda financeira de 50 mil milhões à Ucrânia, que reunia o consenso de 27 chefes de Estado ali presentes.
Com a sua luta feroz contra a imigração e perante o enorme recuo demográfico no seu país, lançou uma política de apoio ao nascimento, que se salientou pela isenção vitalícia de impostos de todas as mulheres que tivessem um mínimo de quatro filhos, criando ainda subvenções para estes casais terem viaturas familiares quase gratuitas, empréstimos de 30 000 euros a casais que não teriam de os pagar se tivessem pelo menos três filhos, etc. Mesmo assim, o recuo demográfico na Hungria continua a ser uma realidade.
Zelensky vai ter em mãos imensas dificuldades, com estas imitações económicas, tornando-se, assim, os congressistas conservadores USA e o populista Orbán os grandes aliados de Putin.
Percebemos agora que a UE, com indivíduos destes no seu seio, se tenha tornado num clube quase ingovernável. Pena é que não o consigam dele expulsar, por uma questão de coerência e de coesão dos seus fundamentais princípios fundadores.
(Foto DR)