Começam a clarificar-se intentos, objectivos e desígnios da política da saúde da ministra Ana Paula Martins.
A menos de uma semana da votação da moção de confiança que poderá provocar a queda do governo e a marcação de novas eleições legislativas para meados de Maio, hoje, o conselho de ministros vai votar a conversão de cinco hospitais públicos em parcerias público-privadas.
A fazer lembrar o governo de Passos Coelho, que na véspera de cair, privatizou apressada e desajeitadamente a TAP. (*)
O messiânico Pedro Passos Coelho que ontem foi veementemente criticado pelo histórico do PSD, Alberto João Jardim, em entrevista à Antena 3, que acusa de, em seu tempo, “ter começado a destruir o PSD”. (**)
Os hospitais cuja conversão vai hoje a votos são: Almada (Garcia de Orta), Amadora-Sintra, Braga, Loures e Vila Franca de Xira.
Recordamos que esta governante, que não tem nenhum problema, pelas suas próprias palavras na AR, “em ser a pior ministra” – honra lhe seja feita por reconhecer as suas latas insuficiências – não tem feito mais, nos intervalos dos seus mais controversos actos e polémicas, do que demitir conselhos de administração das ULF’s para lá colocar os seus correligionários de confiança. Anteontem já ia em catorze administrações, hoje ainda não sabemos.
Os seus objectivos são límpidos e cristalinos e não pode criticar-se por escondê-los, pois há menos de uma semana, à Antena 1 foi clara “Eu defendo que em muitas das nossas unidades de saúde nós devemos retomar o modelo de PPP”, ou seja, desmantelar o SNS para gradualmente o entregar nas mãos dos privados, que “o lóbi do Norte” tanto acalenta.
Evidentemente, que edulcora o escopo, tentando “dar caução nobre a real cínico” (Barthes tinha razão…) acrescentando ser seu fito buscar “melhores resultados para as pessoas”.
Os “políticos de causas vs. os políticos dos interesses” em acção (João Jardim dixit)…