As consequências económicas e sociais resultantes da pandemia já visíveis são razão para grande preocupação.
Acrescentarmos que ainda estão a chegar maiores e mais gravosas situações que trarão enormes custos sociais.
O segundo trimestre garantiu a Portugal a segunda maior quebra no PIB, somente ultrapassado pela Espanha (o que é outra má notícia pois esta é o nosso maior parceiro comercial).
O plano de auxílio europeu ao relançamento da economia é algo que foi largamente saudado.
Saudado por inédito e pela amplitude. Esta saudação é justa, mas impõe-se contenção e ter consciência de que não é uma solução milagrosa.
A questão fundamental é saber que efeito terá no desempenho da nossa economia, sabendo que somos dos países com menores condições multiplicadoras que potenciem o crescimento.
Só o facto de as verbas só chegarem em 2021 (vamos ver se não há um protelamento ainda maior – vejamos as “ameaças” da Hungria) é já indiciador de que o apoio não será tão atempado quanto podia e devia ser.
Portugal vai receber, nos dois primeiros anos, qualquer coisa como quatro por cento do PIB (só Croácia, Bulgária e Grécia receberão maior percentagem).
O programa de relançamento deverá ser transparente e exigente.
Significa isto que as opções de investimento devem ser congruentes e fundamentadas. De fácil compreensão para a generalidade da população e bem escrutinado.
A luta contra o desemprego é claramente a maior prioridade.
Investir bem, criar postos de trabalho garantir um ambiente de progresso são desafios de que Portugal não pode desistir ou afrouxar,
Devemos isso aos vindouros.
Portugal vai receber sessenta mil milhões de euros nos próximos dez anos.
Este valor não pode ser encarado como um prémio para malbaratar. Terá que ser visto como oportunidade de dar melhores condições aos Portugueses, de todos, dos do presente e do futuro.
A primeira condição para o êxito é que todo o processo, em todas as fases, seja transparente.