Há alturas em que fico estupefacto com o que se passa na nossa comunicação social com os agentes políticos. Ontem, 2 de maio, estivemos o dia todo a ouvir todos os “sapiens”, que debitam na comunicação social, a explicar-nos porque era certa e segura a demissão de João Galamba.
Quando, ao princípio da noite, o Primeiro Ministro anunciou a decisão de o não fazer, foi vê-los a desfiar as razões de haver demissão.
Ficaram tão irritados por não terem sido capazes de antecipar a decisão de António Costa que só tiveram disponibilidade intelectual para nos convencer que a razão era deles e que o PM estava errado.
Esqueceram-se, os comentadores de comentar a decisão do Primeiro Ministro e os jornalistas de nos informar sobre os factos acabados de acontecer.
Como se atreveu António Costa a tomar uma decisão diferente da que a comunicação social, comentadores e comentador mor anteciparam e davam por garantida?
Hoje apareceu Luís Montenegro a acusar Costa de teatro, de estar a protagonizar uma fuga para frente e de de querer provocar eleições antecipadas.
Que António Costa surpreendeu todos é um facto, mas também é verdade se limitou a mostrar que é o Chefe do Governo e que é ele que, com primazia, ajuíza a sua equipe.
Todos teremos uma opinião, quiçá diferente, sobre a decisão de António Costa, mas penso que dificilmente haverá discórdia de que é um decisão corajosa e denotadora de liderança.
Um último apontamento:
Belém, ao deixar “cair” para o Expresso o telefonema havido, esperava um gatinho com o rabo entre as pernas.
Saiu um “tigre-de-bengala”!