É assim, a emboscada, que a imprensa livre chama ao encontro do presidente Zelensky com Trump e o acólito do Ohio, JD Vance.
Numa sala preparada a preceito, juncada de jornalistas domesticados – os íntegros e probos não têm entrada – com vários membros da administração do Capitão América em redor, o presidente Zelensky caiu numa emboscada vil perpetrada por abutres famélicos de mediático espectáculo, que se esfarraparam para cair nas boas graças do tovarich Putin, a quem Trump e seus sequazes veneram com doentia e freudiana adoração.
O presidente Zelensky foi convidado para ir à Sala Oval da Casa Branca, a partir de hoje antro pouco recomendável e desprestigiado, para ser inauditamente insultado, humilhado, espezinhado.
O sonso do Ohio, casado com uma emigrante rica (as que não são deportadas), por seu turno, para agradar ao chefe, esmerou-se nos mimos mostrando à saciedade o berço de onde é oriundo.
Trump, agindo como um cobarde, com aquele ar de bufão de ópera cómica, depois dos insultos ao presidente Zelensky, vilipendiou os antigos presidentes norte-americanos ausentes e fez deste encontro uma palhaçada cena de spaghetti western.
Dos europeus, só não ficou estupefacto com o ocorrido o húngaro da extrema-direita – correligionário de Trump e Vance – Vítor Órban, outro perigoso membro da quadrilha.
Mundo afora, a maior parte das pessoas que assistiu ao orquestrado reality show, mal queria acreditar no que via e ouvia, mas em Portugal os agostinhoves e quejandos tovariches, na sua orfandade saudosa, teceram encómios aos fulanos da extrema direita made in usa, esquecendo diferenças ideológicas – pelos vistos só existem para consumo interno – e continuando a bajular o imperialista Kamarada, pai da desordem mundial.