The ambuch

Numa sala preparada a preceito, juncada de jornalistas domesticados – os íntegros e probos não têm entrada – com vários membros da administração  do Capitão América em redor, Zelensky caiu numa emboscada vil perpetrada por abutres famélicos de mediático espectáculo, que se esfarraparam para cair nas boas graças do tovarich Putin, a quem Trump e seus sequazes veneram com doentia e freudiana adoração. 

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  • 15:30 | Sábado, 01 de Março de 2025
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É assim, a emboscada, que a imprensa livre chama ao encontro do presidente Zelensky com Trump e o acólito do Ohio, JD Vance.

Numa sala preparada a preceito, juncada de jornalistas domesticados – os íntegros e probos não têm entrada – com vários membros da administração  do Capitão América em redor, o presidente Zelensky caiu numa emboscada vil perpetrada por abutres famélicos de mediático espectáculo, que se esfarraparam para cair nas boas graças do tovarich Putin, a quem Trump e seus sequazes veneram com doentia e freudiana adoração.

Trump acusou Zelensky, o presidente de um país soberano invadido pelas tropas russas, de querer uma terceira guerra mundial, branqueando o acto do czar imperialista, o desencadeador da guerra, e carreando o ónus para o país invadido.

O presidente Zelensky foi convidado para ir à Sala Oval da Casa Branca, a partir de hoje antro pouco recomendável e desprestigiado, para ser inauditamente insultado, humilhado, espezinhado.


O sonso do Ohio, casado com uma emigrante rica (as que não são deportadas), por seu turno, para agradar ao chefe, esmerou-se nos mimos mostrando à saciedade o berço de onde é oriundo.

Trump, agindo como um cobarde, com aquele ar de bufão de ópera cómica, depois dos insultos ao presidente Zelensky, vilipendiou os antigos presidentes norte-americanos ausentes e fez deste encontro uma palhaçada cena de spaghetti western.

Claro está que a leste, sem cortinas de ferro, o czar rejubilou e pôs a imprensa russa controlada a chamar “canalha” e outros mimos ao presidente Zelensky, o qual, diga-se, sozinho perante o gáudio da turbamulta, manteve o decoro e o sentido de estado.

Dos europeus, só não ficou estupefacto com o ocorrido o húngaro da extrema-direita – correligionário de Trump e Vance – Vítor Órban, outro perigoso membro da quadrilha.

Mundo afora, a maior parte das pessoas que assistiu ao orquestrado reality show, mal queria acreditar no que via e ouvia, mas em Portugal os agostinhoves e quejandos tovariches, na sua orfandade saudosa, teceram encómios aos fulanos da extrema direita made in usa, esquecendo diferenças ideológicas – pelos vistos só existem para consumo interno – e continuando a bajular o imperialista Kamarada, pai da desordem mundial.

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Publicado em Opinião