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Carlos Cunha
O ano escolar de 2020 ficará indelevelmente marcado por duas palavras: Teams e Zoom.
Passaram 9 meses desde que o ensino a distância se tornou uma realidade para professores, alunos e encarregados de educação. Esta modalidade demonstrou que para inúmeras famílias a era do digital está ainda longínqua.
Enquanto uns discutem o 5G, outros nem um computador têm para se ligar à Internet.
O ensino a distância tornou apenas mais evidente as inúmeras desigualdades existentes na comunidade escolar. Não são aquelas que ouvimos falar à hora do jantar na televisão. Estas estão mesmo ali ao nosso lado e convivemos diariamente com elas.
O ensino presencial é mais humanizado e tem propensão para atenuar as desigualdades sociais. Há muito trabalho feito na sombra por professores, auxiliares, direções para proporcionar a algumas crianças conforto e meios para aprenderem melhor. É esse o lado humanizado da escola.
É claro que as autarquias são parceiros indispensáveis neste combate às desigualdades e seria injusto não o mencionar, assim como o apoio canalizado através da ação social escolar.
O ensino a distância veio para ficar, mas não há nada que supere a alegria de uma escola e de um recreio cheios do barulho, da alegria e das tropelias de crianças que vieram à escola para aprender e a ser.
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