CAPÍTULO XVI
Com a constituição, mesmo que informal, do MUAP, nasce uma nova forma de ação. Inicia-se uma série de reuniões entre as entidades envolvidas – a Administração da Águas do Planalto (AP), os presidentes de 4 dos 5 municípios e a ERSAR.
O MUAP promoveu várias ações de esclarecimento às populações em diferentes localidades da região e divulgou a sua ação, princípios e interesses, criando uma página nas redes sociais, que ainda se encontra ativa, como testemunho vivo da sua atividade e das suas lutas.
Depois de muitas pesquisas e contas, provou que os clientes da AP pagavam a 4.ª água mais cara do país, a seguir a uma parcela do concelho de Grândola (Tróia – uma instância balnear e de lazer de luxo), a Santo Tirso/Trofa e a Paços de Ferreira.
Na nossa região, o custo anual de 120 m3 de água (média de 10 m3/mês), era e ainda é 4 ou 5 vezes maior que a média nacional para o mesmo consumo.
Com os nossos dirigentes autárquicos sempre solidários e comprometidos com os erros dos seus antecessores, nada fizeram para alterar estas circunstâncias. Porque a ação do MUAP era apenas um movimento informal, numa sessão da assembleia municipal de Tondela, que se realizou em São João do Monte no dia 29 de setembro de 2014, teve o PS de apresentar uma Moção, elaborada em conjunto com o Movimento, com extensos e fundamentados considerandos, da qual se reproduz o que se propunha:
“Delegar no presidente da câmara municipal de Tondela a defesa, junto da AMRPB (Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão), o seu empenho na utilização de todos os meios legais, tendo como finalidade obter a declaração de nulidade da adenda ao contrato de concessão das águas, nos municípios de Tondela, Santa Comba Dão, Mortágua, Carregal do Sal e Tábua, assinada entre a AMRPB e a Águas do Planalto, em 2007” …
Sem surpresa, com os votos contra de todos os membros do PSD e abstenção do CDS, a moção foi rejeitada. É bom lembrar, para que todos conheçam ou recordem de que lado esteve o PSD ao longo de todo o processo – o PSD nunca, nem uma única vez, esteve com os consumidores, mas sempre a servir de escudo aos seus 4 representantes que nos tramaram, esteve sempre do lado errado, como a História se encarregará de julgar.
Que se abra aqui um parêntese – a comunicação de uma eventual descida do preço da água, ainda por avaliar, fez zunir alguns eruditos descaramentos – já se perfilam de dedo em riste e em bicos de pés, os tais filhos de um deus maior, blasfemando da paternidade ou maternidade, tanto faz, da anunciada redução do valor. A ver vamos, como costuma dizer-se!
Regressando a 2014, começa uma nova fase da luta, uma incessante caminhada à procura de respostas e a certeza de quem criou o monstro.
Eternos, só os diamantes. Que não se julguem blindados os incautos guardiões do segredo – a verdade é aquela que já quase todos perceberam.
Só com muita perseverança se conseguiram resultados, os mais imediatos, porque os outros entraram num túnel tão comprido que, só passados estes anos, se consegue ver alguma luz lá ao fundo.
Como aperitivo para o capítulo seguinte, esclarecer uma questão:
– Para onde foram os 7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos milhões de euros)?
(CONTINUA)