Repentinamente a senhora von der Leyen vem ordenar que a população idosa irá ficar confinada até final do ano.
Nada menos.
Não percebo é se é por ser grupo de risco ou se é para riscar o grupo.
Os idosos que vivem em ERPI (lares) ou na sua casa merecem mais que varre-los para… trás da porta, tirá-los da vista.
Perguntada a Ministra da Saúde correu logo atrás e, a meu ver, mal.
A falta de sensibilidade para com os idosos constrange. Lamentável a referência à “janela” e ao “portão”. A ir por este caminho ainda fechará o portão do ministério por fora.
A população idosa é frágil e está stressada mas merece mais que escondê-la ou tirá-la da vista.
Tal opção é fazer com que mais e mais fiquem dependentes, acamados e acelerar a sua degradação mental e afetiva.
Será condenar muitos e muitos à morte física e muitos outros à mental.
Eles têm vivido fechados, sem visitas e com mobilidade ainda mais limitada que a pouca que tinham.
Ou seja, têm sofrido o que todos temos sofrido.
Mas estamos todos no mesmo barco.
Querer deixar um grupo numa balsa sem porto à vista e sabendo que os outros já desembarcaram é desumano.
Gostava muito de ter visto a presidente da Comunidade Europeia ser tão assertiva na afirmação de efetiva solidariedade europeia. Mostra que é forte com os fracos e que amouxa
Aí, como agora, está com os que estão mais preocupados com a economia e nos seus egoísmos.
Sei que vão dizer-me que as medidas visam a proteção da vida dos idosos.
Pois, mas há que a garantir com humanidade.
A mudança mínima que os idosos desesperam consiste em voltar a ter visitas e em saidas, ainda que curtas e limitadas, ao exterior.
Para tal basta vontade, empenho e querer dos dirigentes, autarcas e governo.
Garantir a desinfecção das zonas envolventes às residências para garantir os passeios dos idosos no exterior.
Garantir, desde já, a disponibilidade de testes de resultado imediato (que existem) para serem utilizados em familiares ou em pessoas que visitem os idosos, bem como o cumprimento rigoroso das regras de desinfeção.
É na dotação das ERPI com um número adequado deste tipo de testes e de equipamento de proteção que deve ser colocado o foco.
Depois é trazer os idosos a uma vivência que lhes traga paz e fé na vida.
O governo, autarcas e dirigentes têm que mostrar que têm Amizade e não que só interesses pelos idosos.
O alívio das medidas de contenção deve ser para todos.
A proteção garante-se com a solidariedade não com a segregação.