Rio & Rangel, SA

Os aparelhos vivem de pessoas instaladas, com egos dilatados, que se julgam donos de vontades e guardiões de votos, angariadores de empregos para a militância caninamente fiel e devota. Socialmente prescindíveis, vão a despacho com a facilidade com que um vulgar cidadão bebe um café pingado.

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  • 21:03 | Quarta-feira, 01 de Dezembro de 2021
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Não foram só o discurso produzido, as migrações internas, os salta-pocinhas, a intelectualidade distante e vaidosa, a presunção descarada, que “mataram” Rangel. Também não foram só as más companhias. Mas, diga-se que, na proporção da sua vacuidade, deram uma boa ajuda. O que mais valeu foi a inutilidade de uma estrutura montada para alimentar vícios e clientelas.

Após a vitória de Rio sobre Rangel, talvez tenha chegado o momento de as elites políticas, de os senadores, de a nomenclatura, de o aparelho, enfim, fazerem contas ao que valem. E, aproveitando a boleia, reflectirem sobre o seu préstimo.

Na hora da verdade, gente supostamente importante, influente e pensante, valeu zero nas contas da votação. Foi um arraso, motivo de satisfação brindada.

Os aparelhos vivem de pessoas instaladas, com egos dilatados, que se julgam donos de vontades e guardiões de votos, angariadores de empregos para a militância caninamente fiel e devota. Socialmente prescindíveis, vão a despacho com a facilidade com que um vulgar cidadão bebe um café pingado.


O caminho da rua ficou mais às escâncaras, assim o saibam ler, no pleno da sua simplicidade e factualidade.

Julgo que foi só o primeiro aviso e que outros partidos, fechados, enquistados, amigados, ouvirão, não tarda, o toque a finados.

 

(Foto DR)

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Publicado em Opinião