Quantos milhões de milhões de euros “deve” o Estado à CGA?

Esta situação coloca o "patrão" Estado numa situação de enormíssimo privilégio relativamente às entidades patronais privadas. Quantos milhões de milhões de euros "deve" o Estado à CGA?

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  • 19:08 | Sábado, 01 de Fevereiro de 2025
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Já  antes me referi ao magno problema que é  o da sustentabilidade do Sistema Previdencial (sobretudo no que se refere às pensões).

Vou tentar ser sintético.

O Sistema Previdencial tem dado bem conta de si e apresenta saldos positivos sucessivos, ano após ano.


Curiosamente já abasteceu o Fundo de Garantia das Pensões para além da meta que se pretendia atingir (garantir o pagamento de dois anos de pensões).

Lateralmente refira-se que tal se deve em grande parte às contribuições dos imigrantes.

Acontece que o sistema de pensões dos trabalhadores do Estado, a Caixa Geral de Aposentações, está a dar prejuízo.

Esta situação não é surpresa para ninguém.

Resulta de tomada de decisões que bem sabiam que tal aconteceria e que desembocariam necessariamente na situação que se está a viver.

Foram decisões conscientes e que pressupunham a respetiva assunção das responsabilidades do Estado pelas suas consequências.

Em 2005 foram fechadas as inscrições na CGA (criando-se assim um grupo fechado).

Daqui resulta que esta passou só a contar com as receitas dos descontos dos que estavam inscritos.

Assim, com a aposentação dos que a ela vão acedendo a despesa aumenta (custo das pensões antigas e das novas) e as receitas diminuem (os novos aposentados deixam de contribuir).

Claro que chegar a uma situação de défice era uma questão de tempo.

Mas acrescentemos mais algumas situações que aceleram e aprofundam esta situação deficitária.

Em 2003 foi integrado o fundo de pensões dos CTT na CGA. 

Em 2010 procedeu-se à transferência para a CGA, das responsabilidades com pensões de trabalhadores da PT Comunicações, oriundos dos CTT, e da Companhia Portuguesa Rádio Marconi.

Em 2023 o Fundo de Pensões do Pessoal da Caixa Geral de Depósitos foi transferido para a Caixa Geral de Aposentações.

Na altura destas integrações, entram milhões de euros nos cofres, que no curto prazo resolvem um problema orçamental, mas ao esgotarem-se vão agravando a situação financeira da CGA.

 

Mas há uma outra situação que não é despicienda.

O Estado nunca pagou contribuições enquanto entidade patronal dos inscritos na CGA.

Esta situação coloca o “patrão” Estado numa situação de enormíssimo privilégio relativamente às entidades patronais privadas.

Quantos milhões de milhões de euros “deve” o Estado à CGA?

Querer resolver os problemas da CGA, oriundos de opções gestionárias do Estado (tomadas desde 1929, ano da fundação da CGA), à custa do Sistema Previdencial da Segurança Social é uma enorme e inaceitável injustiça.

Seria um roubo (pois seria um acto de violência) e é de uma gigantesca HIPOCRISIA.

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