A pandemia trouxe um desregulamento generalizado da forma de vida a que estávamos habituados.
O distanciamento social, o encerramento de numerosas atividades, os confinamentos trouxeram o caos às nossas mentes e modo de vida assente e aceite.
O impacto na economia e no dia a dia das pessoas foi/é enorme.
Muitas famílias viram-se privadas do mínimo essencial de um momento para o outro.
E a situação só não foi mais dramática pela rápida resposta que o sistema de proteção social deu, complementada por medidas de urgência tomadas (essencialmente moratórias de pagamentos de certos bens e de prestações de empréstimos).
De um modo geral assegurou-se a garantia de rendimentos às famílias e evitaram-se as falências e insolvências.
Em suma, estamos perante um risco muito elevado de aumento de desemprego e de uma grave crise social.
É bom que os mecanismos de resposta social estejam preparados para a necessária proteção.
Mas há duas situações que mereceram pouca e nenhuma atenção e a que urge dar resposta adequada.
Uma é relativa à discriminação de género que a situação pandémica agravou e aprofundou.
Outra é a nula resposta e o generalizado abandono a que foram votados os jovens que estavam para iniciar a sua vida profissional. Sem mais, viram as suas vidas suspensas.
São aspetos que não podem ficar sem resposta especificamente dirigida, sob pena de gravíssima injustiça e de consequências sociais imprevisíveis.