Olh’o cochicho…

Aqui pelo burgo diz-se que são infindáveis as manobras de promoção das claques. Alguns com bênção de santos poderosos – valha-lhes S. Escribá – outros até com a de santinhos de pagela e singeleza, como o querido São Macário --  corte celestial poderosa que concorre para conceder graça, mercê e dádiva aos codiciosos cortesãos cíclicos e rotativos da polis.

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  • 22:08 | Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025
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Entre políticos do cochicho e  fanadas “duquesas de Windsor” – a ministra da Saúde não é a Rainha de Inglaterra, diz ela e nós acreditamos – vai fluindo a governança em vigor, país afora, em contra-corrente, da foz para a nascente, até às mais remotas províncias ultramontanas.

O primeiro-ministro vê-se com escândalos atrás de escândalos caídos no cálido regaço. Provavelmente nem mereceria tantos. É a vida…

Os “casos e casinhos” sucedem-se perante a impenetrabilidade esfíngica e a arteirice astuta do governante – pois não ignora que ao fim de uma ou duas semanas tudo escorrega viscoso para o limbo do esquecimento.


E é esta desmemória ou ligeireza do povo português – acriticismo, dizem alguns –, sempre preocupadíssimo só com as vitórias e derrotas do seu clube de futebol – que vai permitindo a impune e reiterada sucessão dos escarcéus.

Aqui pelo burgo diz-se que são infindáveis as manobras de promoção das claques e dos cheerleaders. Alguns com bênção de santos poderosos – valha-lhes S. Escribá – outros até com a de santinhos rústicos de pagela e singeleza, como o querido São Macário —  corte celestial poderosa que concorre para conceder graça, mercê e dádiva aos codiciosos cortesãos cíclicos e rotativos da polis.

O despudor destes bem-aventurados, erguidos por “excelso mérito” às doiradas sinecuras, cedo se tornará casca de banana, e a breve trecho deixa de ter merecimento para quem lhes concedeu a graça, mais depressa se tornando, pela insensatez, despropósito e prepotência  do agir em factores de desgraça de quem neles apostou, crendo-os PSL, quando no fundo são meras pilecas claudicantes a tentar fazer coxo passo espanhol, arrastando no desconchavo, até para a vergonha, algumas vítimas “inocentes” do alheamento concedido.

Esta saga, muito provinciana e chilra quase nos faz lembrar o grande Camilo e a sua “Corja”, na sucessão de imutáveis hábitos modelados em “A Queda de um Anjo”, gaio e satírico palco do estimado Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freima, impado e em sodoma e gomorra soçobrado.

Estas pindéricas avestruzes a grua erguidas, mais tarde ou mais cedo caem na esparrela, como João Torto, de se sentirem capazes de todas as façanhas.

Até de voar…

 

 

(Foto DR)

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Publicado em Opinião