O telefonema da presidente da Câmara de Arouca

A ser verdade e não uma desculpa de última hora, quem deu o número errado da ministra à autarca? Porque lhe foi dado um número errado? Será que há um número certo para os autarcas do PSD e outro número para os do PS? Claro que não. Mas parece…

Tópico(s) Artigo

  • 10:58 | Sábado, 21 de Setembro de 2024
  • Ler em 2 minutos

Em directo para as televisões, na fase mais crítica dos incêndios no concelho de Arouca, ouvimos a presidente da autarquia, Maria Belém, acusar a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco de não lhe ter atendido o telefone aquando do maior risco ali vivido.

Margarida Blasco tem a tutela de todos os organismos relacionados com a protecção civil e suas ramificações. É juíza conselheira jubilada (os juízes não se reformam nem aposentam como os demais mortais) e integra um governo do PSD/CDS.

Maria Belém é uma autarca do PS com 4 vereadores executivos eleitos num total de sete, sendo os outros do PSD.


 

 

Segundo o Artigo 6º da legislação sobre “Enquadramento institucional e operacional da Protecção Civil no âmbito Municipal

       1 – O presidente da câmara municipal é a autoridade municipal de proteção civil.
       2 – Para efeitos da declaração da situação de alerta, o presidente da câmara municipal detém as competências previstas na Lei de Bases da Proteção Civil.
       3 – Compete ao presidente da câmara municipal ativar e desativar o plano municipal de emergência de proteção civil e os planos municipais especiais de emergência de proteção civil, ouvida, sempre que possível, a CMPC.

Por isso, enquanto autoridade máxima da Protecção Civil no concelho de Arouca, perante a calamidade de sete mil hectares ardidos, infraestruturas turísticas destruídas (os passadiços do Paiva, por exemplo), casas e populações em risco, Maria Belém, desesperada e falha de meios para combater o fogo, muito naturalmente, telefonou a Margarida Blasco. Que nunca atendeu o telefone que, segundo a autarca estaria desligado.

Perante estas acusações, a posteriori, quebrando silêncios alarmantes, Margarida Blasco veio atabalhoadamente justificar o seu silêncio perante todo o país alegando que o primeiro-ministro fala pelo governo. Estratégias de comunicação… Mais referiu não ter o tm desligado e que, provavelmente, a autarca estaria a ligar para um número errado.

A ser verdade e não uma desculpa de última hora, quem deu o número errado da ministra à autarca? Porque lhe foi dado um número errado? Será que há um número certo para os autarcas do PSD e outro número para os do PS? Claro que não. Mas parece…

Histórias mal contadas e que era importante serem cabalmente dilucidadas, para um entendimento abrangente das comunicações neste contexto de perigo máximo.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião