Em directo para as televisões, na fase mais crítica dos incêndios no concelho de Arouca, ouvimos a presidente da autarquia, Maria Belém, acusar a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco de não lhe ter atendido o telefone aquando do maior risco ali vivido.
Margarida Blasco tem a tutela de todos os organismos relacionados com a protecção civil e suas ramificações. É juíza conselheira jubilada (os juízes não se reformam nem aposentam como os demais mortais) e integra um governo do PSD/CDS.
Maria Belém é uma autarca do PS com 4 vereadores executivos eleitos num total de sete, sendo os outros do PSD.
Segundo o Artigo 6º da legislação sobre “Enquadramento institucional e operacional da Protecção Civil no âmbito Municipal
1 – O presidente da câmara municipal é a autoridade municipal de proteção civil.
2 – Para efeitos da declaração da situação de alerta, o presidente da câmara municipal detém as competências previstas na Lei de Bases da Proteção Civil.
3 – Compete ao presidente da câmara municipal ativar e desativar o plano municipal de emergência de proteção civil e os planos municipais especiais de emergência de proteção civil, ouvida, sempre que possível, a CMPC.
Perante estas acusações, a posteriori, quebrando silêncios alarmantes, Margarida Blasco veio atabalhoadamente justificar o seu silêncio perante todo o país alegando que o primeiro-ministro fala pelo governo. Estratégias de comunicação… Mais referiu não ter o tm desligado e que, provavelmente, a autarca estaria a ligar para um número errado.
A ser verdade e não uma desculpa de última hora, quem deu o número errado da ministra à autarca? Porque lhe foi dado um número errado? Será que há um número certo para os autarcas do PSD e outro número para os do PS? Claro que não. Mas parece…
Histórias mal contadas e que era importante serem cabalmente dilucidadas, para um entendimento abrangente das comunicações neste contexto de perigo máximo.