Entre muitos outros, o Dr. António tem em mãos dois dossiers do tamanho do mundo, de tão difícil escalada quanto o Everest. E como o PM não é João Garcia nem Ângelo Felgueiras, não lhe auguro grande sucesso.
A saúde e a educação. A primeira está um caos, desfeita em cacos, como jamais se viu. A educação é uma nau sem rumo, que mete água pela proa e pela popa, ameaçando afundar-se com a borrasca que a assola.
O Dr. João pareceu ter jeito quando era suplente, trabalhando na sombra de um ministro inseguro e envergonhado, mas a titular, como timoneiro de uma equipa é um verdadeiro desastre.
Conseguiu o que só a D. Milú tinha almejado: dar razão a uma poderosa manifestação de unidade dos professores, revoltados com anos e anos de desconsideração e de enxovalho. D. Milú, o seu émulo na corrida a carniceiro-mor dos professores.
Eu ainda sou do tempo em que me chamavam ” Sr. Professor”, aposentei-me a tratarem-me por “Ó professor”. Para esta desvalorização um tal de Crato, muito fez, quando humilhou a classe docente na praça pública, acusando-a de impreparada e de não saber escrever. Não me esqueço.
A gigantesca manifestação e as greves que se sucedem, com adesão inquestionável, encurralaram o governo, que não sabe o que fazer.
Com este senhor, parece-me que não há diálogo possível, porque se quebrou o essencial numa negociação: a confiança mútua. Até essa o governante se empenhou em desperdiçar. Para bem do país, dos pais, dos alunos e dos professores antecipo que o Dr. João tem os dias contados, e a sua saída é uma questão de tempo.
Hoje, é já um fardo demasiado pesado que o governo e o PS carregam a contragosto, é uma peça fora do tabuleiro, uma carta fora do baralho, um ramo fora da árvore.
Como a política tem os seus tempos e as suas coreografias, não é para amanhã, aguardemos antes pelos próximos dias. Eles trarão mais uma mexida no elenco.
Perdido por 12, perdido por 13, é a conta que ocupa a mente “prodigiosa” do Dr. António.
(Foto DR)