Conceitos como democratização da tecnologia, elevados volumes de dados, inteligência artificial e crescente automação, refletem a evolução tecnológica que tem mudado a dinâmica do mundo do trabalho.
Enquanto consequência da pandemia recentemente sofrida, foram feitos árduos esforços, numa primeira linha, para o desenvolvimento e aplicabilidade de um conceito de trabalho que permitisse aos trabalhadores estarem em condições de segurança, sem esquecer, e não menos importante, a proteção dos postos de trabalho e toda a continuidade na produção e desenvolvimento dos vários tecidos empresariais. No fundo, que o “sistema” não parasse…
Mas acima de tudo, os dados indicam que existe um aumento exponencial de financiamento e de vontade em preparar o trabalho para a futura (ou actual) era da inteligência artificial.
Se os computadores, em geral, demoraram décadas a atingir a sua plena eficiência atual, é teoricamente possível, hoje, termos a potência e a competência da inteligência artificial a substituir postos de trabalho, como já acontece em muitas empresas, com a automação de cadeias de montagem, entre outras.
Mesmo não sendo fácil imaginar máquinas a substituir cabalmente pessoas, na sua mais ampla plenitude, e se difícil é imaginar, mais difícil será conceber, inventar e funcionalizar a 100%.
Quanto tempo decorrerá até a inteligência artificial controlar todos os empregos? Semanas? Décadas? Ou será já no próximo ano?
A mutação acelerada e o estado de “incubação” em que se encontram milhares de patentes e de projetos poderá determinar que, assim a bandeirada seja dada, tudo se precipite à velocidade da luz, ou seja a 300.000 km/s, número difícil de conceber.
E se hoje é exequível congeminarmos com rigor (sem se tratar de ficção científica) acerca dos empregos que conhecemos e que irão desaparecer, muito mais difícil será imaginarmos os que ainda não existem e vão aparecer, em cadeia, sucessivamente, após cada invenção/ação protagonizada pela irrequieta e evolutiva IA.
Jéssica Ferreira – Advogada