O “enchicharrado” ministro dos Negócios Estrangeiros

Se enquanto deputado europeu não tinham tanta visibilidade os seus actos, agora essa quase invisibilidade desapareceu e a sua conduta deveria ser impassível de reparos ou críticas.

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  • 16:22 | Terça-feira, 22 de Outubro de 2024
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Paulo Rangel, actual ministro dos Negócios Estrangeiros do governo liderado por Luís Montenegro, tem vindo a evidenciar atitudes e comportamentos pouco próprios de um político que chefia a diplomacia portuguesa.

Se as suas funções, de forma simplista, são de coordenação e execução da nossa política externa, sendo, neste sentido, o representante de Portugal perante outros países e organizações internacionais, não tem , de forma alguma, a função da má-criação pública perante estruturas governamentais como, por exemplo, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas.

Ademais, enquanto “chefe da diplomacia”, compete-lhe ser diplomata – o que é uma verdade de La Palice – e como tal, basta-nos recorrer a um dicionário para nos certificarmos que diplomata é sinónimo de argúcia, finura, habilidade, ponderação, educação, sensatez, delicadeza, fineza… atributos dos quais, com alguma recorrência, se mostra arredio.

E ao mostrar-se arredio de tais predicados, Rangel não está a pôr em causa a sua figura. Está a pôr em causa o governo que integra e nele depositou confiança para aquelas altíssimas funções de Estado.


Se enquanto deputado europeu não tinham tanta visibilidade os seus actos, agora essa quase invisibilidade desapareceu e a sua conduta deveria ser impassível de reparos ou críticas.

O senhor ministro não o entende e daí que destrate oficiais superiores de carreira, que seja insolente no trato, até com colegas e funcionários do MNE.

Andará “aziado” por motivos que só a ele assistirão… e que deve deixar no seu foro privado, não trazendo a sua autocrática irascibilidade para o palco político nacional.

Aquando do lastimável episódio no aeródromo de Figo Maduro, perante o general Cartaxo Alves, vemos dois secretários de Estado constrangidos, José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e Telmo Correia, secretário de Estado da Administração Interna, pessoas bem educadas e com sentido de Estado na sua actuação política.

Ao menos, valha-nos esse contraponto…

 

 

(Tal&Qual e CM))

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Publicado em Opinião