Paulo Rangel, actual ministro dos Negócios Estrangeiros do governo liderado por Luís Montenegro, tem vindo a evidenciar atitudes e comportamentos pouco próprios de um político que chefia a diplomacia portuguesa.
Se as suas funções, de forma simplista, são de coordenação e execução da nossa política externa, sendo, neste sentido, o representante de Portugal perante outros países e organizações internacionais, não tem , de forma alguma, a função da má-criação pública perante estruturas governamentais como, por exemplo, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas.
E ao mostrar-se arredio de tais predicados, Rangel não está a pôr em causa a sua figura. Está a pôr em causa o governo que integra e nele depositou confiança para aquelas altíssimas funções de Estado.
Se enquanto deputado europeu não tinham tanta visibilidade os seus actos, agora essa quase invisibilidade desapareceu e a sua conduta deveria ser impassível de reparos ou críticas.
O senhor ministro não o entende e daí que destrate oficiais superiores de carreira, que seja insolente no trato, até com colegas e funcionários do MNE.
Andará “aziado” por motivos que só a ele assistirão… e que deve deixar no seu foro privado, não trazendo a sua autocrática irascibilidade para o palco político nacional.
Aquando do lastimável episódio no aeródromo de Figo Maduro, perante o general Cartaxo Alves, vemos dois secretários de Estado constrangidos, José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e Telmo Correia, secretário de Estado da Administração Interna, pessoas bem educadas e com sentido de Estado na sua actuação política.
Ao menos, valha-nos esse contraponto…
(Tal&Qual e CM))