Depois de decorrido mais de mês e meio sobre o início da pandemia em Portugal parece poderem tirar-se algumas conclusões.
A primeira e mais importante é que se tem mantido sob controle e não teve as características devastadoras que teve em outros países.
Perdemos muitas vidas e estamos, infelizmente, ainda para perder mais. Nada as pode pagar, mas o vírus assassino em lugar algum perdoa.
Todos os cientistas dizem que o comportamento do vírus é imprevisível por ser novo e desconhecido.
Somos, de facto, todos cobaias.
As opções políticas tomadas para nossa defesa mostraram-se adequadas.
Houve, há queixas da falta de equipamentos de proteção (máscaras e outros).
Não tive conhecimento de qualquer país que não sentisse escassez de equipamentos. Mesmo a China, que sabemos ser o maior produtor destes equipamentos, teve que fazer importações em fevereiro.
A reação para colmatar as nossas necessidades foi atempada e cobriu as situações. Não na hora mas quase sem desesperos.
A melhor forma de comprovar o acerto da condução desta situação é a comunicação social e partidos extra governo não falarem da pandemia, mas do pós confinamento e das outras doenças que terão ficado menos cuidadas.
Mas vem aí outra situação dolorosa.
O desconfinamento é mais um terreno cheio de armadilhas. Ninguém sabe o que nos espera, qual vai ser o comportamento do vírus, que surpresas nos reserva e qual a intensidade de uma segunda vaga.
Uma coisa é certa, o desconfinamento tem perigos enormes.
Sendo que o êxito desta primeira fase é talvez o maior perigo para o que aí vem.
Com efeito, sem vacina e com uma pequena percentagem de infetados na população logo com pouca imunidade o vírus tem muito por onde se espalhar.
Não deixa de ser cínico que isto aconteça mas o melhor é enfrentar a fase que aí vem com a mesma determinação que houve até agora.
Que o Governo seja sensato, resiliente e corajoso que baste!