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Rebelo Marinho
Joe é um chico-esperto. Há mais, mas este é único. É excêntrico, desbocado e deve ter uma auto-estima do caneco.
Veste-se de negro como os corvos e tem um sentido de humor pouco confiável. Como todos os ricos, em Portugal, julga que pode fazer tudo, usar de manhas e truques, que ninguém lhe vai ao bem-estar. Que haverá sempre um alçapão, na lei, que lhe permitirá fugir ou esconder-se até que os maus ventos parem de zunir.
Apostou na arte como forma de se destacar socialmente, arrastando, em tempos, meio governo atrás de si, que o venerava como sendo um bezerro de ouro.
Era uma procissão atrás de um homem alto, sem maneiras, e que se fizera grande, apesar da família humilde. O caldo perfeito que seduz corações e conforta malfeitores.
Não sei porquê, mas envergonho-me de pessoas assim. Soberbas, arrogantes, mesquinhas. Usam esquemas e expedientes para darem nas vistas e tornarem-se notadas. Depois arregimentam com facilidade uns colunistas e uns comentadores que a troco de uns soldos lhe fazem uma biografia empreendedora e aventureira, e metade do trabalho fica feito.
(Foto DR)
Pena que só tardiamente se tenha descoberto que o homem não é burro e que enriqueceu, comprando quase tudo com dinheiro que nunca foi dele.
A ideia de pedir dinheiro emprestado para comprar acções de outro banco, dando-as como garantia do empréstimo, só tem sentido sob uma alargada bebedeira de enganos.
Melhor do que este engenho, só pagar os 5 milhões de caução com dinheiro emprestado, e convencer os bancos a aceitarem como garantia do empréstimo a sua efectiva prisão.
De arte em arte, e com tantos milhões a voar, só não percebi por que razão o MP não pediu a prisão preventiva como medida de coacção. Ou, com tantas facilidades, não haverá perigo de fuga?
Esta, eu não entendi. Não é embirração, mas…
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