Lembro de uma história que marca a minha existência, o menino mexicano, de 5 anos, que vivia num aglomerado de casas sem condições, nos arredores de São Francisco, na Califórnia. Veio em minha direção. Num cenário de festa. Quando eu me coloquei de joelhos, no chão, para olhar nos seus olhos, ele tocou na minha pele da face, com o dedo indicador. Como se quisesse perceber com o seu toque de quê que eu era feita. Eu sorri e ele naquele doce sotaque espanhol, disse-me “nunca tinha tocado uma pele branca”. Naquele momento, a minha alma sentiu-se tocada por aquele pequeno gesto de Deus. A partir daí quero acreditar que o que importa é o AMOR, na HUMANIDADE. Eu saí dali, a pensar em construir um mundo à minha volta, com a palavra generosidade.
“O amor remove obstáculos. Cura dores e mazelas. O Amor é mais do que um sentimento. Mais do que sensação. O amor é uma decisão de vida e com liberdade. O AMOR abraça o Mundo”. Li estas frases num livro, anos depois. E tudo me fez sentido.
Olhar para o Amor como, apenas, um sentimento é diminuto. Arrisco a dizer que é volátil. O AMOR é Maior. É mais do que sensação. O amor é uma decisão de vida e que pode fazer-nos olhar tudo e todos de outra forma.
Se Deus é o amor. E Deus não julga e perdoa os nossos pecados. Porque o homem / mulher julga o outro?
Olhe o que acontece no seu pequeno Mundo… e só aí vai encontrar vários exemplos que detetam o desconhecimento do que é o AMOR.
Por amor, não se mata.
Amor não exclui.
Porque Amor não é olhar o espelho e ver os outros com raiva. Amor é mergulhar nesse Oceano e transbordar.
“Por trás de um discurso de ódio está uma pessoa com muito medo da vida”. É possível amar em casa e espalhar ódio na rua. Como se precisássemos de viver num filme de faz de conta. Hoje, em dia, parece que precisamos de muita luzes para nos suportar.
E por isso, independentemente da sua religião e credo, há uma passagem bíblica que eu gostaria de citar e que possa fazer uma reflexão comigo: “ama o próximo como a ti mesmo?
E eu pergunto-me: E se o próximo quiser ser amado de forma diferente?
Então, acreditando no AMOR, não é a maneira como se ama, mas a intensidade com que se faz.
Quando Jesus diz “Amar o inimigo”, ele não diz para eu gostar dele… mas, que eu decida no ódio, não desumaniza-lo, pelo AMOR. Então eu decido, com raiva, AMAR na atitude.
“O amor não é destino, sorte e não pode ser uma idealização, ele é acima de tudo um caminho que se percorre, uma decisão e uma forma de se viver. O amor como revolução é um desafio necessário nos nossos tempos, é um chamado para transformarmos o amor em atitudes concretas que ultrapassam nossa própria existência”.