Podia escrever uma dezena de parágrafos sobre património e matrimónio, pater e mater, riqueza e lar…
Seriam de uma banalidade e inutilidade total.
Venho de famílias de homens muito ausentes, onde um forte clã matriarcal era, em simultâneo, tantas vezes, homem e mulher.
Geradoras do pão de nosso de cada dia, gestoras de fracos ou anchos haveres, educadoras, sofredoras e ainda carinhosas mulheres do Lar.
Eram Mães. Eram Avós. Eram Tias. Eram Irmãs. Eram Mulheres… Uma fraternidade coesa, solidária e ainda disponível para ser tolerante com as machocracias vigentes e regentes.
Cresci rodeado de mulheres, que aprendi a respeitar e a amar.
Vida fora, tive a fantástica ventura e privilégio de conhecer mulheres extraordinárias.
Hoje ou amanhã, neste dia internacional da Mulher – efeméride tão redutora – nada vou fazer de diferente dos outros dias — excepção deste texto…
A não ser olhá-la com a admiração e o fascínio de sempre.
Na minha já longa vida, a Mulher foi, é e será por demais importante para ter um dia. Isso serve ao consumismo e contém, na minha óptica, um efeito quase tautológico.
E é um pouco como o pecador, que todo o ano no “pecado” refocila e pela Páscoa se confessa.
Pelo respeito que lhe temos, a Ela, que até a vida nos concedeu, nos doou…
(Foto de foto MdoD, DR)
Se tivesse que nomear, neste Dia Internacional da Mulher, quatro personagens femininas nacionais cujas obras e acção sempre me entusiasmaram, não teria dúvidas…
Agustina Bessa-Luís, Ana Paula Rego, Maria João Pires, Natália Correia…