É deveras impressionante a displicência com que Marcelo Rebelo de Sousa exerce o cargo para que foi eleito pela maioria dos eleitores portugueses.
A intensidade dos disparates tem sido grande nos últimos tempos.
Para constatação de tal basta referir o que se passou nas últimas semanas.
Sem qualquer utilidade prática ou razão constitucional convocou os partidos políticos para “abordar” questões do âmbito do OE cujo processo legislativo está em curso.
O Presidente da República só deve intervir neste processo depois do OE estar aprovado na Assembleia da República.
Ora estas audiências não podem senão ser lidas como ingerência desnecessária no processo legislativo.
Ainda no âmbito do OE veio fazer reivindicação de mais dinheiro para a Defesa.
Não cabe ao Presidente da República exercer pressão sobre o Governo, nem sobre a Assembleia da República.
Porque sendo o Supremo Chefe das Forças Armadas não pode assumir o papel de agente corporativo.
Não me ocorre expressão que classifique o quão desbocado foi ao revelar a viagem do Primeiro Ministro a Kiev.
Ao fazê-lo pôs em risco os intervenientes no encontro, quer do lado português, quer do lado ucraniano.
Como podemos estar descansados ao sabermos que a qualquer momento esta personagem pode revelar segredos de Estado ou das organizações a que pertencemos.
Marcelo Rebelo de Sousa é Presidente da República mas continua a ser um desbocado, tal como o era quando Secretário de Estado revelava o que se passava no Conselho de Ministros.
Ontem ao saber que o Presidente da Ucrânia o convidara para uma visita declarou, com ar de cachorrinho arrependido, que aceitava se e quando o Governo entendesse.
Espero que se autocontenha e que não venha dizer “Que querem o Presidente é como é”.
Os Portugueses têm direito a não serem envergonhados!
(Foto DR)