Era uma vez um ucraniano que a 10 de Março, chegou a Portugal. Vinha à procura de trabalho não vinha para matar nem para roubar. Sem documentação válida, foi-lhe barrada a entrada. Três inspectores do SEF mataram-no.
A 1ª autópsia feita no local ignorou as marcas de violência e apontou a causa natural como a origem da morte. Entretanto, a autópsia feita pelo IML apontou para ter sido vítima de murros e pontapés e ter estado várias horas sem assistência médica. Que teve uma morte lenta e agonizante, com lesões profundas e hemorragias. E o tórax a esmagar-se contra o solo.
Os inspectores do SEF justificaram-se com morte súbita. A troca de mensagens entre os inspectores é escabrosa, nojenta, boçal.
A responsabilidade civil e criminal não chega. Isso é para quando se atropela um animal de estimação. No caso, matou-se um homem e esconderam-se as razões.
Afastar as direcções intermédias é a melhor forma dos decisores políticos fugirem às suas responsabilidades e passearem o que parece continuar a ser uma impunidade, seja qual for o partido que se alapa na Praça do Império.
Num país decente e lavadinho e com uma classe política bem frequentada, o ministro estava no olho da rua, despedido com justa causa, a fazer uma greve de zelo na AR, igual a muitos que por lá assinam o ponto.
Se um general não tem mão nas suas tropas, muda-se o oficial. Decididamente, Cabrita não tem mãos para a coisa. Então, mude-se…e já é tarde!
(Foto DR)