Há 11 anos a viver Abril em Sernancelhe

Em Sernancelhe está vivo o 25 de Abril. Em filme, testemunharam-no antigos e actuais governantes, antigos autarcas, homens e mulheres do Concelho, meninas e meninos locais. Testemunharam-no as centenas de sernancelhenses que estiveram presentes.

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  • 22:47 | Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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No 25 de Abril de 2013 fui agraciado pela Câmara Municipal de Sernancelhe com a Medalha de Mérito, que me foi concedida pela mão do autarca e meu muito estimado amigo, José Mário Cardoso, em sessão solene presidida pelo antigo Presidente da Assembleia da República, Barbosa de Melo.

Outro dos homenageados foi o actual presidente do município, Carlos Santos, enquanto Presidente da Banda Musical de Ferreirim.


 

Associaram-se à homenagem D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal, e Miguel Veiga, advogado e escritor.

No seu discurso, Barbosa de Melo disse: “Estamos perante um Concelho que sabe enaltecer os seus valores culturais e reconhece as pessoas e as instituições que se destacam na comunidade”.

Das minhas parcas palavras, saliento:

“Estou num embaraço… mas explico… Eis-me aqui agraciado ou em estado de graça posto, em atenção ou retribuição a atributo ou mérito que não creio ter. O mérito cultural, mais que qualquer outro, desvanece-me, e como não sou de todo imune à lisonja carreada, a vaidade – tal atributo de coquettes – deixa-me anchas d’empáfia as arcas do peito. Ademais, ter comigo, em gratíssima comparsaria, a Banda 81 de Ferreirim, é outro orgulho que guardo, porque muito a admiro e não sendo de competência musical dotado – atributo de músicos e políticos – desde há muito, tímido e discreto, dedilho a lira de Orfeu, padroeiro de todos os insensatos e inquietos versejadeiros…

Porém, e que aqui se lavre, os afectos são como as cataratas… toldam a íris do bem-querer. Alcança e não cansa minha amizade com e pelo Dr. José Mário Cardoso, em quem sempre vislumbrei mais validades que defeitos – embora por justo imposto, seja também crente na cegueira das afinidades… No seu ser franco, honesto e pródigo, bem me retribuiu, acrescendo à moratória os fundamentos e o merecimento para este acto.

Uma última palavra aqui se deixa. Se o Sr. Engº Aquilino Ribeiro Machado não tivesse partido, provavelmente aqui connosco estaria, porque também ele, por estas terras e por muitos dos presentes renutria tão profundo gosto, que em qualquer ocasião, com quem privasse, público o tornava, assim como o reiterou nas centenas de mails que trocámos nos últimos seis anos.

De algures, estou certo, o seu abraço… Obrigado, Sernancelhe.”

Desde esta data, nunca faltei a Sernancelhe e às comemorações do 25 de Abril. Hoje cumpriram-se os 50 anos desta efeméride da Democracia em Portugal, com a dignidade e elevação habituais.

O presidente Carlos Silva Santiago, sucessor de José Mário Cardoso, deixou de o ser no no início deste mês, passando a deputado da Nação, ficando em seu lugar Carlos Santos. A comemoração, essa, teve o brilho de sempre fazendo dela uma das mais luzidas realizadas por esse país fora.

Pelo palco do Exposalão têm passado, em Abril, grandes músicos portugueses, desde Paulo de Carvalho a Marisa. Este ano não foi excepção e actuou a fadista Carminho.

O Comissário desta celebração foi o Capitão de Abril, coronel Castro Carneiro.

Actuaram os músicos do Conservatório Regional de Ferreirim em perfeita e síntona consonância com o Coro dos Encarregados de Educação dessa notável instituição. Jovens declamaram poesia alusiva à data.

 

Ao fim, todos os presentes confraternizaram num convivial almoço volante, de supimpa qualidade.

Em Sernancelhe está vivo o 25 de Abril. Em filme, testemunharam-no antigos e actuais governantes, antigos autarcas, homens e mulheres do Concelho, meninas e meninos locais. Testemunharam-no as centenas de sernancelhenses que estiveram presentes.

Viva o 25 de Abril. Viva Sernancelhe.

 

(Nota: As fotografias de 2013 são de Paulo Pinto, as de hoje foram captadas por mim, com telemóvel…)

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Publicado em Opinião