Futuro Condicional

Para o PS, agora que a arrogância está em níveis aceitáveis, fala-se em “união” e ouvir “as bases”. Pena que, ao longo destes oito anos, essa preocupação tenha sido (praticamente) inexistente (até para ouvir Campos Fernandes e outros). Evitavam-se problemas ao País e às “pessoas”.

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  • 13:34 | Terça-feira, 19 de Março de 2024
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Oito meses se passaram desde que Adão e Silva nos assegurava em entrevista que “a preocupação essencial das pessoas são as condições de vida”. Isto a propósito daquilo que António Costa apelidava de “casos e casinhos” que envolviam o seu Governo, uma série de episódios nada edificantes que levaram a demissões e outras tantas suspeições.

Numa espécie de resposta a Adalberto Campos Fernandes, que criticava o “excesso de confiança” do Governo, o, na altura Ministro da Cultura, imitando Costa, desvalorizava “as pessoas”, que, segundo ele, só se preocupam com as condições (básicas?) de vida. Corrupção (suspeitas), inoperância, confusões, eram coisa para afligir meia dúzia de iluminados esclarecidos e privilegiados.

Houve, inesperadamente, eleições e, é agora certo, parece que não são apenas as “condições de vida” que preocupam as pessoas, já que o PS perdeu meio milhão de votos e o país virou à direita. Fico à espera de mais uma entrevista para elucidar “as pessoas” sobre quais devem ser as suas preocupações essenciais neste momento.

Para o PS, agora que a arrogância está em níveis aceitáveis, fala-se em “união” e ouvir “as bases”. Pena que, ao longo destes oito anos, essa preocupação tenha sido (praticamente) inexistente (até para ouvir Campos Fernandes e outros). Evitavam-se problemas ao País e às “pessoas”.


 

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Publicado em Opinião