Fernando Ruas e os partos difíceis

Na ocasião, Fernando Ruas acrescentava “Nesta zona da cidade surgirá também o Centro de Artes e Espetáculos, cujo projeto está a andar” rematando “Mal o projeto esteja pronto, podemos começar obra, porque temos dinheiro para isso”.

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  • 10:33 | Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2025
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Se começarmos pela sede dos SMAS, na rua do Comércio, que “está para nascer” há anos, naquilo que se revela um parto assaz complicado, muitas outras bandeiras do executivo de Fernando Ruas, a oito meses do fim do seu mandato são, no fundo, “inconseguimentos” clamorosos de uma fracassada governação autárquica.

Até agora, a conclusão do Mercado 2 de Maio e do Terminal Rodoviário foram as únicas obras de vulto conseguidas, mérito do seu antecessor e para as quais pouco ou nada contribuiu para além de ter cortado a fita no dia das suas inaugurações.

Aquando da inauguração do Mercado dos Produtores, em 2022, Fernando Ruas discursava: “Abrimos hoje as portas a uma infraestrutura temporária que vem responder a alguns desafios: desde logo assegurar melhores condições de venda para os nossos lojistas e produtores locais, como também permite planear e projetar o futuro do edifício do atual Mercado Municipal, na Rua 21 de Agosto”, mais acrescentando  “O Mercado dos Produtores dará resposta enquanto não concluirmos o projeto que temos pensado. Vamos requalificar um dos espaços mais centrais da cidade. Queremos o piso do Mercado Municipal ao nível da Avenida António José de Almeida e da Avenida Alberto Sampaio e depois aproveitar o espaço interior, talvez com três pisos, um para estacionamento e um ou dois pisos para serviços”.


Esta infraestrutura temporária, temporária permanece três anos volvidos e com muitos mais anos à espera da funcionalização das instalações abandonadas.

A remodelação do Parque Urbano da Aguieira, “coroa verde da cidade”, anunciado com praia fluvial, parque de autocaravanas, etc., no limbo permanece. Lembramos as palavras do autarca “O que eu lá queria fazer mesmo, e está dependente de o senhor ministro nos ajudar, é a praia fluvial. Eu gostava muito de ver uma pequena praia fluvial”.

Também nós, viseenses, mas como Braga, talvez por um canudo… Esta ideia já vem de 2009, ou seja, está com 16 anos de atraso. Nessa ocasião, o autarca enfatizava “Já que não podemos trazer o mar, pelo menos vamos ter uma praia fluvial com areia para gáudio dos viseenses”.

Na ocasião, Fernando Ruas acrescentava “Nesta zona da cidade surgirá também o Centro de Artes e Espetáculos, cujo projeto está a andar” rematando “Mal o projeto esteja pronto, podemos começar obra, porque temos dinheiro para isso”.

Ora o CAEV, Centro de Artes e Espectáculos de Viseu, no qual já foram gastos, só no papel, centenas de milhares de euros, ainda não se concretizou nem apareceram os mais de 30 milhões de euros necessários para a sua concretização.

Também a requalificação do recinto da feira semanal, que o presidente da câmara anunciou com garantia, ainda não conseguiu sair do papel. Lembramos as palavras do autarca: “Estamos a falar de uma intervenção de um milhão de euros e os feirantes terão de ficar oito a nove meses num novo espaço. Vão ser obras de fundo”.

E por aí fora, sem querermos ser exaustivos, os munícipes vão concluindo que este mandato de quatro anos apenas serviu para alcatroar a circular, alguns acessos e arruamentos. Mas como somos homens de boa fé e muita esperança, talvez afinal tudo esteja na gaveta a abarrotar de promessas eleitorais e pronto a dela sair antes das próximas eleições de Setembro de 2025.

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Publicado em Opinião