Escócia – Vitória dos pró-independentistas

Nunca foi pacífica a relação da Escócia com a Grã-Bretanha. Há séculos de História a enfatizá-lo. O Brexit, com 62% de oposição dos escoceses, terá sido a gota de água para determinar a imperiosidade do afastamento de uma política que se retirou da Europa a troco de muita inexplicada “faragice”.

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  • 7:11 | Terça-feira, 11 de Maio de 2021
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Nicola Sturgeon, a primeira-ministra a pugnar pela independência da Escócia, vai para o seu 4º mandato à beira de uma quase maioria absoluta, com 64 dos 129 assentos parlamentares conquistados.

Com os oito lugares ganhos pelos Verdes, partido também pró-independência, não será difícil a Sturgeon fazer uma aliança para uma governação mais ou menos pacífica e epicentrada no recado que logo deixou a Boris Johnson, solicitando que não contrarie a vontade expressa pelos escoceses nas urnas. Boris que viu os seus apoiantes conservadores ficarem-se pelos 31 assentos.

Nunca foi pacífica a relação da Escócia com a Grã-Bretanha. Há séculos de História a enfatizá-lo. O Brexit, com 62% de oposição dos escoceses, terá sido a gota de água para determinar a imperiosidade do afastamento de uma política que se retirou da Europa a troco de muita inexplicada “faragice”.


Pretende-se agora um referendo popular. A Escócia deseja-o. O Reino Unido (?), composto pela Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales teme-o e rejeita-o tentando a todo o custo impedi-lo, com argumentos intrincados e pretextos pouco claros.

 

No discurso da vitória Sturgeon foi clara: “O povo da Escócia votou para dar maioria aos partidos independentistas no Parlamento escocês” e mais acrescentou “Não há justificação democrática para Boris Johnson, ou quem quer que seja, tentar bloquear o direito do povo escocês de escolher seu próprio futuro” concluindo “É a vontade deste país”, deixando claro que a recusa do referendo por parte dos conservadores seria “em oposição direta à vontade do povo e demonstraria que o Reino Unido não é um parceiro igualitário.”

Ao que Boris Johnson retorque, temeroso: “Acho que um referendo no contexto atual é irresponsável e imprudente”.

 

Pois será, para os conservadores e para uma política de “dominiosa união” tão querida a Londres. Porém, os ventos do Norte não são favoráveis e… a seguir à independência da Escócia, outras vontades de autonomia poderão surgir.

 

(Fotos DR)

 

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Publicado em Opinião