Nicola Sturgeon, a primeira-ministra a pugnar pela independência da Escócia, vai para o seu 4º mandato à beira de uma quase maioria absoluta, com 64 dos 129 assentos parlamentares conquistados.
Com os oito lugares ganhos pelos Verdes, partido também pró-independência, não será difícil a Sturgeon fazer uma aliança para uma governação mais ou menos pacífica e epicentrada no recado que logo deixou a Boris Johnson, solicitando que não contrarie a vontade expressa pelos escoceses nas urnas. Boris que viu os seus apoiantes conservadores ficarem-se pelos 31 assentos.
Nunca foi pacífica a relação da Escócia com a Grã-Bretanha. Há séculos de História a enfatizá-lo. O Brexit, com 62% de oposição dos escoceses, terá sido a gota de água para determinar a imperiosidade do afastamento de uma política que se retirou da Europa a troco de muita inexplicada “faragice”.
Pretende-se agora um referendo popular. A Escócia deseja-o. O Reino Unido (?), composto pela Inglaterra, Escócia, Irlanda e País de Gales teme-o e rejeita-o tentando a todo o custo impedi-lo, com argumentos intrincados e pretextos pouco claros.
Ao que Boris Johnson retorque, temeroso: “Acho que um referendo no contexto atual é irresponsável e imprudente”.
Pois será, para os conservadores e para uma política de “dominiosa união” tão querida a Londres. Porém, os ventos do Norte não são favoráveis e… a seguir à independência da Escócia, outras vontades de autonomia poderão surgir.
(Fotos DR)