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Paulo Neto
Ontem, ao cair do dia, mais um atropelamento, em Abraveses, que deixou em estado grave um peão septuagenário.
Os atropelamentos são na cidade de Viseu cada vez mais recorrentes, perante a impassividade, inacção ou “ligeira acção” do executivo camarário.
Muitos destes acidentes causam vítimas mortais ou deixam as vítimas com lesões graves para a vida.
O assunto já foi várias vezes levado a reuniões camarárias. Existe um Conselho de Segurança, que, entre outros temas, terá o da responsabilidade rodoviária.
Ao que se sabe, no decurso de uma visita ao estrangeiro onde Fernando Ruas viu um projecto-piloto de iluminação de passadeiras que o entusiasmou e que iria ser implementado na Avenida Alberto Sampaio, nada mais se dinamizou. Acrescente-se ser esta artéria atípica, uma das que mais constrangimentos coloca à fluidez da circulação, por estacionamentos indevidos em 2ª fila, onde decerto são cumpridos os limites de velocidade e onde, durante a noite, há razoável iluminação.
O último relatório da ANSR (Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária), de Julho de 2024, nas suas 55 páginas, leva-nos a reflectir sobre os vários contornos deste flagelo. Aí se afirma e cita-se:
“Quanto à sinistralidade grave, observaram-se aumentos mais acentuados nos distritos da Guarda (+22,2%) e Viseu (+20,3%)” e acrescenta:
“Os feridos graves aumentaram em 11 dos 18 distritos do Continente, destacando-se os incrementos verificados em Beja (+16), Santarém (+13) e Viseu e Leiria (+9, em cada)” (…) “Vítimas mortais no Continente por entidade gestora de via (EGV), resumo janeiro a julho de 2024 – Viseu 6 – 2,3%”.
Pode ler todo o Relatório aqui:
Em suma, mais do que aquela aleatória experiência numa mera artéria da cidade, pela sua tipologia, pouco representativa da sinistralidade, seria relevante – e talvez salvasse alguns munícipes – vermos o executivo camarário a fazer alguma coisa de palpável, incluindo uma dinâmica campanha formativa/informativa a levar a cabo a peões, desde alunos das escolas de ensino público e privado, às escolas de condução e aos condutores, por parte das entidades competentes e com o apoio da própria ANSR, PSP, GNR e PM.
O silêncio da autarquia viseense não é campanha, antes podendo ser entrevisto como eventual cumplicidade, por inacção, ou mera consciência pouco tranquila perante os resultados infelizmente constatados.
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