Está de novo na ordem do dia a discussão sobre as pensões.
Está fora de dúvida que a generalidade das pensões em Portugal é baixa e em muitos casos não garantem o mínimo para uma vida decente.
Mas esta é uma situação comum em vários países. Por todos, veja-se o caso da Suíça em que a grande maioria dos nossos emigrantes ali reformados opta por regressar a Portugal dado que a pensão “não dá” para ali continuar a viver.
Em Portugal têm vindo a ser feitos esforços para melhorar a situação.
E há quem defenda que tal melhoria deve passar pelo abandono do fator de sustentabilidade.
Nada de mais errado.
Quando o sistema de pensões foi desenhado a idade de reforma era de 65 anos, para uma esperança média de vida de 67/68 anos.
Hoje a idade quase é de 67 anos para uma esperança média de vida de 82 anos.
O fator de sustentabilidade tira “stress orçamental” às pensões, ou seja diminui o valor que é suportado para pagar pensões.
Esta situação é menos agradável para quem está a reformar-se ou perto, mas considero ser essencial para a saúde financeira do sistema de pensões.
Querer acabar com o fator de sustentabilidade será muito agradável para os candidatos à reforma, mas é a criação de um ónus para as gerações mais novas.
E este cenário não é bom para ninguém, pois acarreta a insustentabilidade do sistema.
(Foto DR)