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Manuel João Dias
Mais uma vez voltamos a ser confrontados com as consequências do Brexit.
De novo e pela enésima vez, garantidamente não a última, o Reino Unido questiona e solicita a alteração do que foi acordado.
Lembremos que para garantir que a paz se mantinha entre as duas Irlandas foi aceite manter a província do Reino Unido (Irlanda do Norte) no mercado único.
Para tal foi acordado que o comércio entre os restantes territórios do Reino Unido e a Irlanda do Norte ficaria sujeito a algumas regras alfandegárias.
Esta solução demorou imenso a ser encontrada e antevia-se o que está a acontecer.
O Reino Unido faz tábua rasa do acordado e não faz os controles a que se obrigou.
Certo que há produtos proibidos de comercializar entre o Reino Unido e a província que ficou no mercado único que podem ser um excesso.
Entre eles as carnes preparadas que a UE proíbe a entrada no Mercado Único se oriundas de países terceiros (daí falar-se em “guerra das salsichas”.
O bem maior a salvaguardar é a paz na ilha da Irlanda.
Mas tal situação não pode ser permissiva de um constante incumprimento do acordado por parte do Reino Unido.
Este “baixar de orelhas” que a Europa tem feito uma, outra e outra vez tem que ter um fim.
Este já tarda e em cada cedência cai um pedaço da credibilidade e dignidade da União Europeia.
(Foto DR)
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