No dia 15 deste mês alertava aqui para os dramas que imensas famílias enfrentariam a partir do dia 30.
Na verdade está criada uma situação de verdadeiro estado de necessidade.
Sem poderem recorrer aos Avós, sem ATL, sem outros familiares a quem recorrer, sem faltas justificadas, sem teletrabalho que opção vão ter os pais cujos filhos estão em casa depois do decretado fecho das escolas pelo Governo?
Deixar os filhos sozinhos e negligenciados?
Faltar ao trabalho sem justificação e perder o trabalho?
Nem uma, nem outra são opção daí o estado de necessidade.
Espera-se é que o governo tome uma medida de Governo.
Sim o Governo deve incluir o período de férias no âmbito da proteção familiar.
Argumentar que as férias estavam previstas e que os pais teriam soluções pensadas é ignorar que isso era antes da reviravolta que as nossas vidas tiveram.
Há quem diga que a medida é cara. Será. Pelo período das férias custará 150 milhões de euros.
Mas quanto custa a angústia de milhares de famílias e a segurança de outras tantas crianças?
Não serve que venham a ser consideradas justificadas as faltas sem que seja garantido o recebimento de parte do salário.
Com tempo poderá pensar-se outra solução mas como o Governo deixou arrastar a situação, agora só vejo aplicar a medida (justificação de faltas e recebimento de 66% do salário) ao período de férias.
Com a atitude que tem tido o governo já perdeu o crédito da positividade que a proteção à família lhe acarretou. Agora há que fazer a gestão de fanos.
Houve, claramente, um erro de avaliação.
Todos devemos entender que não vale a pena poupar agora se tal significar que amanhã teremos as pessoas menos preparadas para contribuir para a recuperação.
Que o Governo seja o primeiro a interiorizar este entendimento!