Luís Montenegro, o líder parlamentar do PSD, também conhecido pelas suas ligações “musicais” à Ongoing e a Paulo Pereira Cristovão, está indignado.
Ter um líder parlamentar indignado parece-me uma coisa óptima. Pena que essa indignação seja balofa. A razão os SMSs de Mário Centeno a António Domingues e vice-versa e a decisão da maioria da comissão de inquérito de não os solicitar. A questão até deveria ser cabalmente esclarecida, mas ela não vale o que vale e não o que o PSD e o CDS julgam que ela vale. E vale manifestamente muito pouco quando comparada com o que o Ministro das Finanças aparentemente conseguiu.
Montenegro que recusou recentemente, quando o PSD era governo, esclarecimentos ao não pagamento da segurança social pelo então Primeiro-ministro, um pedido de exclusividade aparentemente fraudulento feito por Passos Coelho quando era deputado, ao swaps de Maria Luís Albuquerque e Sérgio Monteiro, às listas VIP de Paulo Núncio, que Cavaco Silva respondesse por escrito a propósito do seu envolvimento no BES, está indignado. Como se constata a indignação é apenas por o povo português ter apeado a PàF do Governo. Pena que não o assuma.
A indignação é de tal ordem que assegura que na Assembleia da Republica existe “claustrofobia democrática”.
Sendo a claustrofobia, por definição, o medo patológico da clausura ou dos pequenos espaços, parece-me muito adequado que no Parlamento haja “claustrofobia democrática”, uma espécie de geringonça para o “arejar” e tornar “maior”.
Pena, pela forma pejorativa utilizada, que algum PSD não o aprecie e critique quem tem pavor a uma democracia pequena e fechada.