Bolsonaro, o capitão reformado e iletrado que chegou a presidente do Brasil, oriundo de Glicério, casado com a Sinhá Rogéria, com a Sinhá Ana e com a Sinhá Flávia, uma de cada vez, claro, é um fiel seguidor do grão-mestre Donaldo, o Trump, dos EUA.
Não dando vozes a quem, com razão, o contrarie, apologista de um unanimismo Mao-style, despede de uma penachada todos quantos discordem da sua obtusa política.
Não lastimo nenhum fulano que aceitou integrar o seu governo. Penso até que despedimentos pelo Twitter, no jeito de Trump, são o meio mais adequado de lidar com grande parte deles. Porém, neste específico contexto que se vive à escala planetária, discordar de um ministro da Saúde pela sensatez demonstrada em querer manter condicionamentos e confinamentos sociais para obviar à propagação da pandemia, é no mínimo perigoso, insensato, talvez criminoso.
A postura de Bolsonaro, tal como a de Trump, de ignorar e/ou minimizar a realidade envolvente, está a provocar milhares de vítimas mortais, mais se assemelhando esta tragédia a um genocídio, in extremis, pois significa o extermínio de um determinado grupo étnico.
São públicas as opiniões de Bolsonaro sobre várias matérias, delas se podendo depreender de suas idiossincrasias. Quatro meros exemplos…
“Ao ser questionado se aumentaria a participação feminina num eventual governo, Bolsonaro respondeu: “Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes?”
“Na entrevista concedida ao Zero Hora, afirmou que não acha justo que mulheres e homens recebam o mesmo salário porque as mulheres engravidam, alegando que o direito à licença de maternidade prejudica a produtividade do empresário.”
“Em 2016, em entrevista à apresentadora Luciana Gimenez na Rede Tv!, falou sobre o que tinha dito ao jornal gaúcho: “eu não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário.”
“Em abril de 2017, num discurso no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, Bolsonaro fez uma piada sobre sua filha Laura, então com 6 anos, ao dizer “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, aí no quinto eu dei uma fraquejada e veio uma mulher. “
“Em 2000, Jair Bolsonaro defendeu, numa entrevista à revista Isto É, a utilização da tortura em casos de tráfico de droga e sequestro, bem como a execução sumária em casos de crime premeditado. Justificou o seu posicionamento afirmando que “o objetivo é fazer o cara abrir a boca” e “ser arrebentado para abrir o bico”. Nesta entrevista, Bolsonaro ainda defende a censura, embora não especifique de que tipo.”
“Em várias entrevistas, Bolsonaro também se posicionou favoravelmente à instituição da pena de morte no Brasil para casos de crimes premeditados, pois, segundo ele, “o bandido, ele só respeita o que ele teme”.
“Em 2015, em vídeo postado por seu filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), afirmou que “violência se combate com violência e não com bandeiras de direitos humanos”, como as defendidas pela Amnistia Internacional, que ele afirmou ser formada por “canalhas” e “idiotas”. Questionado sobre um levantamento da organização que mostrou que a polícia brasileira é a que mais mata no mundo, Bolsonaro respondeu: “a Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais”.
“De acordo com o The Washington Post, “Bolsonaro é um poderoso defensor do agronegócio … e é provável que favoreça os lucros em detrimento da preservação …”.
“Bolsonaro irritou-se com a pressão estrangeira para proteger [a floresta amazónica ] e disse à organização internacional sem fins lucrativos,World Wildlife Fund, que não tolerará suas agendas no Brasil. Também se posicionou vigorosamente contra a demarcação de reservas indígenas para povos nativos .”
“No dia 9 de agosto de 2019, ao responder a uma pergunta sobre a possibilidade de haver desenvolvimento com preservação ambiental, Bolsonaro disse: “É só você deixar de comer menos um pouquinho. Quando se fala em poluição ambiental, é só você fazer cocô dia sim, dia não que melhora bastante a nossa vida também, está certo?”
“Na sequência da entrevista, Bolsonaro apontou que 70 milhões de pessoas nascem no mundo todos os anos e, em seguida, defende uma política de planeamento familiar como forma de combater a poluição. “Não é controle não, você vai botar na capa da Folha amanhã que eu tô dizendo que tem que ter controle de natalidade . Planeamento familiar. As pessoas que têm mais cultura têm menos filhos. Eu sou uma exceção à regra, tenho cinco, está certo? Mas, como regra, é isso”.
“Jair Bolsonaro também questiona a política indígena do governo brasileiro. Num de seus pronunciamentos a uma audiência na Câmara dos Deputados, que tratava sobre a questão em Roraima, o deputado afirmou que o MST , “apesar de abonado e constituído por pessoas que falam a nossa língua e são educadas”, não consegue fazer a reforma agrária, enquanto que “índios fedorentos, não educados e não falantes de nossa língua” possuem 12% das terras brasileiras e fazem lobby no Congresso Nacional. “
“Sentindo-se constrangido e ofendido com os comentários de Bolsonaro sobre a questão indígena, uma das lideranças do povo sateré-maués presentes na audiência pública chegou até mesmo a atirar um copo de água na direção de Bolsonaro. Depois de ser atingido pelo copo d’água, este disse: “É um índio que está a soldo aqui em Brasília, veio de avião, vai agora comer uma costelinha de porco, tomar um chope, provavelmente um uísque, e quem sabe telefonar para alguém para a noite sua ser mais agradável. Esse é o índio que vem falar aqui de reserva indígena. Ele devia ir comer um capim ali fora para manter as suas origens.”