A retórica da mentira

Donald Trump, com a sua estonteante retórica do ziguezague e da mentira, é um caso de estudo. Aliado ao despudor com que mente está a sua incultura que lhe permite “pérolas” deste teor: “Os Estados Unidos e a Itália são aliados desde a época da Roma Antiga”, ignorando que os EUA se fundaram em 1776 e que a Antiguidade Romana foi de 753 a.C até 476 d.C.

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    • 13:42 | Quarta-feira, 09 de Abril de 2025
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    Os políticos proeminentes usam hoje equipas de comunicação que lhes preparam as linhas mestras dos actos discursivos com o objectivo de alcançar a maior eficácia nas suas intervenções públicas.

    Para tal, usam todos os meios ao seu alcance para a construção de impressivos chavões, fáceis de memorizar e facilmente entendíveis pelo acrítico público a que se destinam.

    A mentira e a distorção da verdade são dois desses estratagemas. A deturpação da História é outro artifício para cimentar o embuste da linguagem do poder.

    Donald Trump, com a sua estonteante retórica do ziguezague e da mentira, é um caso de estudo. Aliado ao despudor com que mente está a sua incultura que lhe permite “pérolas” deste teor: “Os Estados Unidos e a Itália são aliados desde a época da Roma Antiga”, ignorando que os EUA se fundaram em 1776 e que a Antiguidade Romana foi de 753 a.C até 476 d.C.


    Trump é o líder das “fake news”, um cultor das mais desavergonhadas inverdades.

    Marine Le Pen, a líder do partido francês de extrema-direita RN, é outra que tal. Recém condenada pelo Tribunal de Paris por crimes de desvio de milhões de euros, depois da sentença, reuniu as suas hostes num megacomício onde além de se vitimizar denunciou o “terrorismo da Justiça”. Nesse comício, embalada pelos aplausos da claque, levou a sua impudícia e descaramento ao afirmar inspirar-se no líder norte-americano dos direitos civis, Martin Luther King, apóstolo da igualdade social e lutador contra a segregação racial, assassinado em Memphis no dia 4 de Abril de 1968.

    Putin, o “czar russo”, é outro que tal.

    No Brasil, Bolsonaro, acusado de vários crimes, segue o exemplo.

    Por cá, André Ventura, não lhes quer ficar atrás.

    A lista é enorme e tem vários cultores dessa “esperteza” em todos os quadrantes políticos, da extrema-esquerda à extrema-direita. São os autocratas dos séculos XX e XXI que, para se eternizarem no poder, recorrem a todos os meios, dos mais repressivos e letais até  à usurpação da linguagem que se tornou em sustentáculo distorcido da sua despótica cobiça e pretensão.

    Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do projecto nazi de Hitler e seu braço direito afirmava: “Uma mentira mil vezes repetida torna-se uma verdade”. Aqui está a pedra angular destes “edifícios” repressivos.

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