A praga das carraças

Ultimamente, ratos e carraças aparecem por toda a parte, com principal incidência em determinadas zonas do globo, em países como a Rússia, a Coreia do Norte, o Brasil, a Venezuela, a Argentina, os Estados Unidos da América e, na sua agora permanente e dinâmica irradiação pestífera, até a Portugal já chegaram, incubados que estavam desde 1974.

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  • 14:20 | Domingo, 03 de Novembro de 2024
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Albert Camus, no romance “A Peste” (1947) – alegoria da invasão da França pelos nazis, durante a IIª GG – fala-nos dos ratos que surgem, mortos, de repente, por toda a parte, na feliz e pacata cidade de Orão, na Argélia, ainda sob o domínio colonial dos franceses.

São portadores do bacilo da peste, aquele que nunca desaparece, ficando incubado, adormecido, pacientemente à espera durante dezenas de anos até ao dia em que, para infelicidade e ensino dos homens, de novo, “a peste acordaria os seus ratos e os enviava para morrerem numa cidade feliz.”

Estes propagadores do mal surgem ciclicamente um pouco por toda a parte e sob diversas formas.


 

 

Uma delas são também as carraças, aqueles pequenos aracnídeos com milhões de anos, propagadores de uma enorme variedade de maleitas.

Estas carraças são como uma praga e têm o seu habitat tanto nas cidades como nos campos. Alimentam-se do sangue de seres vivos – homens e animais – e propagam diversos vírus e bactérias transmissores de plurais doenças.

Ultimamente, ratos e carraças aparecem por toda a parte, com principal incidência em determinadas zonas do globo, em países como a Rússia, a Coreia do Norte, o Brasil, a Venezuela, a Argentina, os Estados Unidos da América e, na sua agora permanente e dinâmica irradiação pestífera, até a Portugal já chegaram, incubados que estavam desde 1974.

As suas inúmeras patologias são disseminadoras do ódio, da divisão, da xenofobia, da inquietação, do medo, da demagogia, do radicalismo, do fundamentalismo, da mentira, do arianismo, da violência, da fraude social, do nacional neo-liberalismo, do fascismo…

Aspiram ansiosa e doentiamente pelo poder a fim de instaurar o despotismo dos extremos.

Precisam como do pão para a boca do apoio das forças de segurança, dos militares e do controle dos meios de CS.

Visam com as suas ideologias não só uma purificação redentora da sociedade que dizem irrecuperavelmente doente, não lobrigando a doença viral neles próprios, como também o imperialismo expansionista desenfreado.

Carraças e ratos são semelhantes, não na sua alegórica e camaleónica forma, mas nos intuitos que detêm e nos objectivos que avidamente perseguem.

Com eles e através deles o mundo torna-se um infecto antro de opressão e supressão de direitos e de liberdades onde, as elites dominantes, pela autocracia,  pela repressão, pela violência e dominação, se tornam os algozes de cidadãos outrora felizes, como aqueles, em Orão, na década de 40 do século passado, que pagaram muito caro a sua indiferença, alheamento, credulidade e cumplicidade…

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Publicado em Opinião