A “pior ministra do governo”

É neste universo que se propicia o “encaixe” dos milhares de dependentes da corte de Montenegro. Não esqueçamos que nos 8 primeiros meses de mandato já ia – segundo fontes oficiais – em 26  mil “comissários” acomodados, ultrapassando mesmo o mau exemplo de António Costa, que em 8 anos não conseguiu alcançar este número.

Tópico(s) Artigo

  • 13:10 | Terça-feira, 15 de Abril de 2025
  • Ler em 2 minutos

Com desplante, desdém e altivez, Ana Paula Martins disse perante as televisões, no Parlamento, não se importar de ser considerada a “pior ministra do governo.”

Honra lhe seja feita pela lúcida autoavaliação. Deveria usá-la também, com rigor, critério e sensatez na sua prática ministerial.

Ademais, esta pasta da Saúde era a menina dos olhos de Montenegro”, o cavalo de batalha do pacificado Guimarães, ex-bastonário da Ordem, a quem ninguém mais ouviu um pio, ele que parecia, no seu psitacismo picareta, um papagaio a palrar uma dúzia de vezes ao dia contra o estado “comatoso” do SNS.


Todos os dias se sucedem casos escandalosos denotativos da indiligência e incompetência de quem manda na Saúde em Portugal, área onde tudo piorou, quando era suposto melhorar, por ser o “cavalo de batalha” do primeiro-ministro, o seu “violino d’ Ingres”.

Não há sector onde não existam substantivos e graves problemas, desde o INEM, às urgências hospitalares cronicamente encerradas, à falta do prometido e incumprido médico de família para todos os portugueses – afinal um vazio chavão eleitoral – à criação de PPP’s a esmo, primicial passo para a privatização do SNS, talvez o inconfessado mas prioritário objectivo deste governo…

Numa coisa Ana Paula Martins parece ser competente: a exonerar conselhos de administração de inúmeras USL, do Norte ao Sul de Portugal.

E talvez, perante a notória falta de melhoria dos cuidados de saúde, agora com administrações de plena confiança política da ministra, seja conjectural perceber-se que os CA só foram substituídos para abrir as portas às colocações de “companheiros carentes de colinho”, neste macro universo onde, por Unidade de Saúde Local, existem milhares de funcionários.

É neste universo que se propicia o “encaixe” dos milhares de dependentes da corte de Montenegro. Não esqueçamos que nos 8 primeiros meses de mandato já ia – segundo fontes oficiais – em 26  mil “comissários” acomodados, ultrapassando mesmo o mau exemplo de António Costa, que em 8 anos não conseguiu alcançar este número.

E porém, o primeiro-ministro remodela (timidamente) e em Ana Paula Martins não mexe, pois será importante para continuar a trabalhar, não pela Saúde em Portugal, mas como se fosse uma mera dirigente de agência partidária do Instituto de Emprego para os desvalidos da política.

Talvez os propagados e fortes lóbis do Norte tenham a ver com isto tudo, ou até as fiéis “agremiações” a que a ministra da Saúde e o primeiro-ministro pertencem ou pertenceram, mas, no fundo, deste desconchavo diário pelos corredores da Saúde, desta anormalidade consentida, desta ineficiência quotidiana… uma coisa é certa: os portugueses mereciam melhor, pois o que a maioria  ganha nem para os medicamentos chega, no caso de milhões de depauperados utentes do SNS deste país, que também não é para velhos… só para políticos e ricos.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião