Madame Lagarde é a imponente presidente do BCE, o Banco Central Europeu responsável pela moeda única da Zona Euro, que tem como essencial objectivo a preservação do poder de compra (?) e a garantia da estabilidade de preços (?) na sua zona de intervenção.
As insânias do senhor Putin vieram causar terríveis danos à maioria das economias europeias, e não só. Entretanto, como em todas as situações de crise, os especuladores, agiotas, ratos de esgoto e abutres do oportunismo, saíram à rua de garras afiadas. Garras aduncas quase semelhantes às da madame Lagarde que mais parece ser uma “ponta de lança” da especulação, uma bênção para a nédia e cevada banca, uma idolatrada deusa para as grandes multinacionais.
É mais fácil esmifrar o Zé Povo do que taxar os lucros extraordinários das grandes empresas neste contexto obtidos. É mais fácil baixar juros de depósitos e aumentar juros de empréstimos. É mais fácil descoroçoar aqueles que ainda têm umas magras poupanças de fazer aforros, que não dão para a cera nem para o pavio, enquanto a banca apresenta lucros fabulosos. Como determinadas empresas, do sector do retalho, dos bens de consumo essenciais, da energia, etc.
Mas este é apenas um dos casos emergentes. Há quem tenha de entregar as casas aos bancos e, de repente, em Lisboa e no Porto, por exemplo, tenha que ir viver para uns subúrbios ainda relativamente acessíveis, mas distantes, ficando de repente a dezenas de quilómetros do seu lugar de trabalho, alterando repentinamente toda a sua vida e do seu agregado familiar, filhos, escolas, etc. Mas há situações piores… as daqueles que já não ganham para comer e para ter um tecto, os novos indigentes e sem-abrigo da esplendente sociedade neo-liberal, ex-crentes do mirífico eldorado desta obsoleta e decadente Europa.
Quanto à Madame Lagarde, indiferente a toda a miséria que semeia, esteve há pouco tempo em Portugal, em Sintra, a aditar ainda mais asfixia ao já esganado povo, reverenciada pela banca e seus corifeus, pelo grande capital e seus gestores. No fundo, os seus pares…