A vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo, disse, alegre e bem disposta, com ar triunfalista, que o Banco de Portugal vai rever o cálculo da taxa de esforço, permitindo, desse modo, que mais famílias possam vir a ter acesso ao crédito à habitação.
E disse-o como se estivesse a facilitar a vida a futuros compradores de casa e, assim, a prestar um grande serviço à Nação.
Ao ritmo galopante a que os juros do BCE estão a subir, ninguém garante que “amanhã”, muitos que não estão em esforço, não se sintam em aflições para satisfazer o que hoje parece fácil e confortável, e não venham a viver situações de incumprimento, “obrigados” a renegociar os empréstimos.
Daí que me pareça imprudente a revisão da taxa de esforço que poderá levar ao engano os mais optimistas, vista a situação na perspectiva do imediato.
E o governo e o banco central têm meios para o fazer. Assim o queiram.