Quando visitamos uma cidade só a ficamos a conhecer melhor se andarmos pelas suas ruas, se descobrirmos a sua história, o património edificado e as tradições culturais e gastronómicas.
É nas ruas que se encontram a alma e a essência de uma cidade e do seu povo. Nos centros comerciais, encontram-se outras coisas mais apelativas ao consumo.
A essência de Viseu está no seu Centro Histórico. Nos meus tempos de rapaz, década de 90 do século passado, vivia gente no Centro Histórico e havia muito e diferenciado comércio pelas ruas centrais da cidade.
Com a chegada do século XXI assistiram-se a muitas transformações na cidade. O Centro Histórico e as suas ruas centrais foram perdendo habitantes e comércio.
Hoje, quando andamos a pé pela Rua Direita, vemos umas quantas lojas abertas e os comerciantes à porta a darem dois dedos de conversa, enquanto esperam que os clientes cheguem.
A terça-feira ainda continua a ser o dia com maior afluência de gente à Rua Direita.
Recentemente, foi reabilitado o edifício do antigo Órfeão, obra magnífica que ainda não visitei, depois da sua reabertura e cuja recuperação se deve ao antigo edil António Almeida Henriques.
Esperava-se que a recuperação daquele edificado trouxesse vida e atração à Rua Direita, mas tirando um ou outro baile, parece-me, não querendo ser injusto na minha apreciação, que pouco ou nada trouxe.
Tenho tudo a favor da Universidade Sénior, mas aquele espaço também precisava de jovens, sejam eles das artes, ou da tecnologia, a única certeza que tenho é que aquele espaço também lhes devia pertencer, deviam estar ali para ajudar a trazer vida à Rua Direita.
O Órfeão devia ser um espaço de coabitação entre os séniores viseenses da Universidade e jovens talentos da cidade, estou certo de que se assim fosse aquele espaço vital da Rua Direita estaria diariamente de portas abertas.