Vivemos tempos estranhos, acelerados e inquietos, nesta Era em que é comum partilhar praticamente tudo na internet, o que pensamos, o que fazemos, o que vimos, as últimas notícias sobre o tempo e mundo.
A via verde regista as viagens, os cartões de crédito cadastram compras, os motores de busca e as redes sociais monitorizam comunicações, páginas visitadas, preferências e contactos.
E os telemóveis, já não servem só para chamadas de voz e mensagens escritas, dão a nossa localização exata em tempo real.
No século XXI já não é possível manter o anonimato, ser só comum a todos os restantes mortais e ter uma vida longínqua da vida irreal, esta na qual estamos quotidianamente presentes.
Não teremos conhecimentos próximos dos do nível de um pirata informático, nem estamos dispostos a abdicar de várias comodidades a que este século nos presenteou, sendo praticamente irreversível manter o anonimato, nos dias de hoje.
Será certo e seguro dizer que a privacidade morreu, não, não necessariamente, na verdade até existe privacidade, que é sempre admirável no novo mundo, mas que nos distancia dele.
A culpa não é da tecnologia, a culpa é nossa. E o que fica por partilhar torna-se, assim, estranho, irreal, mas memorável.